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Carris que voam

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 26-08-2013

Carris que voam

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Quando as decisões políticas de Lisboa são assinadas de cruz (sim, assinadas!) por aqueles que, nos concelhos, deviam defender os interesses das populações – alguns dos quais se alaparam no poder por não saberem fazer nada de social e profissionalmente útil – temos situações inacreditáveis como esta.
Dezenas de quilómetros de carris foram arrancados da Ramal da Lousã sob o aplauso de autarcas eleitos há quatro anos, em função dos partidos e dos programas, compromissos solenes e sentimentos de confiança dos eleitores.
Em termos pessoais e profissionais, tenho uma relação cordial com quase todos estes responsáveis políticos. Ou mesmo uma relação amistosa, em casos mais raros.
Mas, como cidadão lesado por este esbulho coletivo, enquanto utente do comboio, expropriado à força para obras megalómanas sem sentido e proprietário de um prédio confinante com a ferrovia, que sofreu avultados danos dos quais ainda não fui ressarcido, não posso de deixar de clamar bem alto por justiça! Seja nas urnas, seja nos tribunais, se necessário.
Há quatro anos, quando os primeiros carris foram levantados em Serpins, era presidente da Câmara da Lousã o economista Fernando Carvalho, do PS. A meio do mandato, como previsto, passou o cargo a Luís Antunes, agora candidato.
Em Miranda do Corvo, uma outra economista, Fátima Ramos, do PSD, liderava – e ainda lidera, por mais umas semanas – a Câmara Municipal.
Dois economistas, autarcas experientes, não sabiam que este processo ia dar no que deu, apenas buraco? Não sabiam que não havia dinheiro para o projeto?
Não sabiam que o metro era embuste, brincadeira de mau gosto e cilada para o desenvolvimento local e regional?
Nem estranharam as obras serem assumidas pela Refer, numa linha já então nas mãos da Metro Mondego, sem recurso a fundos da União Europeia?
Fernando Carvalho está a gozar a reforma e aposta na eleição de Luís Antunes, a quem deu a mão e o lugar, sendo mandatário da sua candidatura.
Fátima Ramos sai da autarquia por limite de mandatos e deseja a eleição de Sérgio Seco, um jovem vereador social-democrata com raízes familiares repartidas entre Miranda e Lousã.
Agora, chutam várias vezes a bola para os atuais malandros do Terreiro do Paço que prometeram e não cumpriram.
Ou para o Sócrates de outras eras, que mandou avançar as obras para as suspender meses depois.
Antunes lá mandou mais uma carta para Lisboa, desta vez para o novo ministro da Economia, Pires de Lima.
Mas, e por cá, ninguém pagará por um dos mais graves crimes em obras públicas da democracia portuguesa?
Nota – o meu vizinho Nequita assina esta minha opinião por baixo, mais uma vez, solidário com o conteúdo da prosa e com o seu autor, que lha ditou, por ter ainda vários pontos na mão direita e ainda não poder escrever pelo seu punho.

Nequita dos Copos

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