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Carrinha percorre aldeias da Serra de Sicó para avaliar estilo de vida das comunidades e deixar conselhos

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 15-09-2019

Uma carrinha está a percorrer neste mês aldeias da Serra de Sicó, na região Centro, para avaliar o estilo de vida das comunidades e deixar alguns conselhos para um envelhecimento ativo e saudável.

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O projeto, coordenado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), arrancou no início do mês e faz a carrinha percorrer aldeias de Soure, Pombal, Alvaiázere, Penela e Condeixa-a-Nova, na Serra de Sicó, nos distritos de Coimbra e de Leiria.

Dentro da carrinha, o percurso para cada participante demora entre 30 a 45 minutos, no qual são avaliados alguns parâmetros, como o peso, o equilíbrio, a pressão arterial, a função pulmonar, o tempo de reação ou a flexibilidade, para além de um questionário aberto para perceber qual a dieta que cada um segue, mas também a vida social ou a frequência de exercício físico, explicou à agência Lusa o coordenador do projeto, António Cunha.

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No final, é dado um relatório simples, utilizando as cores dos semáforos, para informar as pessoas sobre o que está bem e o que é preciso melhorar, dando conselhos e estratégias para combater fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, à depressão ou à diabetes.

Na quarta-feira, a carrinha esteve estacionada junto à igreja de Pombalinho, no concelho de Soure, com várias pessoas a deslocarem-se até lá, sentando-se à sombra, à espera da sua vez.

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“As coisas estão mais ou menos”, contava Lucinda Fernandes, de 62 anos, no final do pequeno périplo pela carrinha.

Ouviu falar do projeto na missa de domingo e decidiu ir para ver como estava, dizendo que terá de fazer umas caminhadas.

“Às vezes somos preguiçosos e não as fazemos”, notou a habitante das Malhadas.

Já Isaura Amorim, de Cotas, saiu “muito contente” da carrinha, depois de ver um relatório com “muitos, muitos verdes [a classificação é atribuída de acordo com as cores dos semáforos]”.

“É bom sinal. Disseram-me que estava muito bem para a minha idade, que estou uma rapariga nova, mas que tenho que emagrecer um bocadinho”, contou a mulher de 80 anos, que vai fazer um esforço para andar um pouco mais para ver se não fica “pesada”.

Matilde Dias, do Pombalinho, aplaudiu a iniciativa e considerou que “devia haver mais vezes”, já que, apesar de não fazer as vezes de um centro de saúde, ajuda populações que estão um pouco afastadas dos centros urbanos.

Recomendaram-lhe que fosse ao médico ver dos pulmões e a alterar os hábitos alimentares.

“O meu problema é que como muito e poucas vezes. A gente tem de ouvir e aprender qualquer coisa”, referiu.

António Cunha salienta que o primeiro teste foi feito com uma praça em ambiente urbano, em 2018. E se um serviço que se foca no estilo de vida não está muito presente nesses locais, então em zonas rurais “não existe mesmo”.

“No limite, o contacto que existe é um centro de saúde, que está focado na questão da doença. Decidimos transformar essa praça numa carrinha móvel que pudesse chegar junto das pessoas”, referiu.

O projeto espera atingir cerca de 300 pessoas e os resultados serão comunicados às entidades de saúde para que a ferramenta possa vir a ser incorporada, disse o coordenador da iniciativa.

Segundo António Cunha, a experiência “tem sido muito gratificante”, apontando para o exemplo de um casal que num sábado se deslocou à carrinha e no domingo “já tinha ido buscar as bicicletas à garagem” para fazer algum exercício físico.

A iniciativa está integrada no projeto HeaLIQs4Cities, coordenado pelo IPN, em parceria com a Universidade de Coimbra e o Centro Médico e Universitário de Groningen (Holanda), e conta com apoio da Comissão Europeia e do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia.

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