Política
Candidato do ADN a Coimbra defende carreira digna para motoristas e critica reestruturação dos SMTUC

O candidato do ADN à Câmara de Coimbra afirmou hoje que está aberto a discutir a possibilidade de criação de uma empresa municipal para os transportes urbanos do concelho, apesar de admitir algumas reservas em relação a essa opção.
“Nós estamos abertos a propostas, incluindo a empresa municipal, com certas condicionantes que terão de ser, obviamente, negociadas”, disse Sancho Antunes, que falava à agência Lusa antes de iniciar uma arruada pela Baixa de Coimbra.
Para o candidato e motorista dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), a reestruturação deste serviço terá de ser feita em diálogo com os trabalhadores, considerando que serão estes que devem “decidir o que é que querem”.
Sancho Antunes notou que uma empresa municipal acarreta algum risco, já que a lei prevê o fim de empresas municipais que acumulem três anos de resultados negativos, defendendo que essa questão tem de ser precavida.
Apesar dessa abertura, o candidato do ADN nas eleições de 12 de outubro vincou que é necessário lutar por “uma carreira digna” para os motoristas, que recebem como assistentes operacionais, o que implica uma alteração legislativa por parte do Governo central.
Nesse sentido, Sancho Antunes diz que o Governo o terá “como um chato tremendo durante todos os quatro anos” e, caso a carreira não seja revista, irá impedir a administração central de fazer eventos em Coimbra.
Além disso, o motorista dos SMTUC afirmou que a Câmara de Coimbra poderia ter pedido a inconstitucionalidade da lei que acabou com a carreira dos motoristas (os municípios não têm o poder de requerer a fiscalização da constitucionalidade).
“A Câmara tem esse poder”, vincou o candidato, que propõe também a aplicação de um subsídio de insalubridade, mesmo que essa medida tenha tido um parecer negativo.
Para Sancho Antunes, a sua candidatura representa também um movimento de “revolta contra promessas de há quatro anos” feitas pelo atual presidente da Câmara, acusando o município de ter abandonado os SMTUC.
O candidato do ADN criticou a atual reestruturação em curso, contratada à empresa OPT, que Sancho Antunes alegou ser a mesma empresa que desenhou redes com “maus resultados na Unir [Área Metropolitana do Porto]” e nos transportes intermunicipais de Coimbra (a empresa não esteve envolvida no desenho de nenhuma dessas redes, confirmou à Lusa responsável da OPT).
O candidato lamentou que os motoristas não sejam ouvidos na revisão da rede e entendeu que devem ser feitos testes no terreno para assegurar que os horários futuramente propostos possam ser cumpridos.
Além de Sancho Antunes, são candidatos o atual presidente da Câmara pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/NC/PPM/MPT/V), José Manuel Silva; a ex-ministra Ana Abrunhosa, pela Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN); o vereador Francisco Queirós, pela CDU; o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda; Maria Lencastre Portugal, pelo Chega; e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
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