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Política

Campanha da CDU foi tricéfala e acabou a ‘piscar o olho’ à convergência

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 27-01-2022

A substituição do secretário-geral do PCP colocou dois “Joões” na frente da campanha da CDU, que se bateu contra o objetivo do PS de conseguir maioria absoluta e acabou a ‘piscar o olho’ às convergências.

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A Coligação Democrática Unitária (CDU) tinha os objetivos traçados há muito: reforçar o número de deputados do PCP e do PEV e impedir o secretário-geral do PS, António Costa, de obter uma maioria absoluta no dia 30 de janeiro.

No entanto, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, foi operado de urgência à carótida interna esquerda a três dias do arranque da campanha eleitoral, obrigando o PCP a ir buscar dois dos mais altos quadros do partido e aqueles que maior presença mediática tiveram nos últimos anos: João Ferreira e João Oliveira.

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Face à necessidade de adaptação em tão pouco tempo, o PCP alterou rapidamente a estratégia. João Ferreira, antigo eurodeputado e candidato presidencial, assumiria a campanha na rua até ao regresso de Jerónimo de Sousa. Os debates e entrevistas ficaram a cargo de João Oliveira, líder parlamentar desde 2013.

Mas a pandemia pregou uma rasteira à CDU e logo ao terceiro dia de campanha, em 18 de janeiro, João Ferreira viu-se obrigado a abandonar a ‘volta’ por estar infetado com o SARS-CoV-2.

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João Oliveira passou a ser o único rosto em substituição de Jerónimo de Sousa e encarregou-se de apontar o que considerou ser as falhas de PS e PSD, argumentando, por exemplo, que os dois partidos já tinham entre si um “acordo tácito” e que condenaram o país “à estagnação”.

Entre Aveiro e Faro, o dirigente comunista percorreu em sete dias mais de 2.100 quilómetros. Pelo caminho, as críticas intensificaram-se, com João Oliveira a insurgir-se em várias ocasiões contra o clima de bipolarização entre socialistas e sociais-democratas, e contra o que dizia ser uma apropriação das conquistas do PCP por parte de António Costa.

Ao final da primeira semana de campanha a palavra “convergência” apareceu em todas as intervenções que o líder parlamentar do PCP fez.

Mais tarde, João Oliveira esclareceu que a “convergência” de que falava é semelhante aquela que em 2015 originou o Governo socialista com apoio da maioria de esquerda na Assembleia da República e que perdurou seis anos.

A “convergência” entrou a meio da campanha, mas não saiu, e João Oliveira desafiou o PS de António Costa, dia após dia, a responder se está ou não disponível para convergir depois das eleições.

Recuperado da operação, Jerónimo de Sousa voltou para o ‘cair do pano’ da campanha eleitoral e disse que a ideia da convergência tinha de ser “aprofundada”, acrescentando que António Costa caiu “na realidade” e viu que a maioria absoluta não é possível, por isso, se foi mostrando mais recetível a entendimentos.

A pandemia tinha reduzido os contactos com a população na campanha das autárquicas de outubro de 2021 e isso voltou a verificar-se nesta campanha, com a CDU a dar primazia às sessões públicas e aos comícios, momento alto de cada dia e onde as críticas ao PS e à direita ganharam maior intensidade.

As arruadas, desfiles e contactos com a população foram em maior quantidade face às autárquicas, mas, ainda assim, menores do que em 2019.

Na campanha também não houve lugar para animais de estimação e tanto João Ferreira como João Oliveira raramente entraram no ‘bate-bocas’ com os restantes líderes partidários. Ferreira chegou a dizer que houve uma intenção de “elevação” da campanha eleitoral, cingindo-a à apresentação das propostas da CDU.

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