Cidade

Câmara “trava” expansão do Forum Coimbra

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 12-01-2021

A Câmara de Coimbra decidiu notificar o Forum Coimbra da intenção de não o dispensar da criação de 25 lugares de estacionamento num eventual alargamento das instalações, em Santa Clara.

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O executivo liderado pelo socialista Manuel Machado aprovou, por unanimidade, esta decisão no contexto de um pedido de informação prévia apresentado à autarquia pelo Forum Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego.

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O promotor pretendia ser libertado de construir 25 lugares de estacionamento no âmbito de um projeto ampliação de algumas lojas do  centro comercial.

A Câmara de Coimbra decidiu ontem notificar um centro comercial da cidade da intenção de não o dispensar da criação de 25 lugares de estacionamento num eventual alargamento das instalações, em Santa Clara.

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O executivo liderado pelo socialista Manuel Machado aprovou, por unanimidade, esta decisão no contexto de um pedido de informação prévia apresentado à autarquia pelo Fórum Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego.

Recordamos que o pedido de informação prévia inclui a ampliação da loja Primark, a criação de um restaurante de grande dimensões e o alargamento de 4 lojas.

Na proposta que deverá ser analisada e votada pelo executivo municipal podemos ler que o “objetivo desta operação urbanística será reforçar a atratividade do Centro Comercial, permitindo a ampliação de algumas das suas lojas-chave, de modo a consolidar este empreendimento como referência comercial na cidade de Coimbra e na região”.

Se aprovada, esta operação irá traduzir-se num incremento da área bruta de construção do edifício de 4.418 m2, a que correponde um incremento locável do edifício de cerca de 4.700 m2.

Para viabilização da operação urbanística apresentada, a dona do Forum Coimbra pretende fazer uso da área de construção ainda disponível no Lote 1, no total de 3.205 m2.

O Forum Coimbra pretende ampliar a loja da Primark (o.60), aumentando o edíficio para norte, até ao muro de contenção existente. A obra incluirá mudanças na área de apoio ao pessoal, que passará a estar à cota do piso 2. Estas alterações pressupõem o aumento de 2.144 m2 da área de construção do edíficio.

O requerente também pretende criar um novo restaurante de grandes dimensões no piso 2 da área de restauração. Para isso, será eliminada a loja 2.02, dando acesso a uma nova unidade. Esta alteração presupõe o aumento de 949 m2 de área de construção do edifício.

O projeto inclui a ampliação das lojas 1.19, 1.24, 126 e 1.2o localizadas no piso 1 do centro comercial situado na margem esquerda da cidade.

A obra inclui algumas reconfigurações no estacionamento de 2500 lugares, bem como a dispensa de 25 espaços de aparcamento.

Sucessivamente, contra a possibilidade de a Câmara dispensar o promotor da construção de novos lugares, caso avancem as obras de ampliação do complexo comercial, começaram por se manifestar a CDU e o PSD, através dos vereadores Francisco Queirós e Paulo Leitão, respetivamente, e o movimento Somos Coimbra.

“Este caso mostra, mais uma vez, que o PS não tem qualquer visão de desenvolvimento harmónico do concelho de Coimbra, limitando-se a aprovar obras isoladas e descoordenadas, sem haver qualquer tentativa de equilibrar a oferta de grandes superfícies comerciais com a exigência de contrapartidas e outras iniciativas de apoio e garantia de viabilidade do comércio tradicional”, afirmou Ana Bastos, do Somos Coimbra.

Manuel Machado reagiu a esta intervenção, considerando que a vereadora, professora da Universidade de Coimbra, usou “uma linguagem inaceitável e de um oportunismo miserável”.

“O que nos é apresentado é uma informação técnica dos serviços”, salientou o autarca do PS, também presidente do conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Por sua vez, o vice-presidente do executivo, Carlos Cidade, defendeu que “não é de aceitar esta dispensa de estacionamento”, o que levou José Manuel Silva, daquele movimento, a afirmar que o socialista “mudou de opinião”.

O líder do Somos Coimbra realçou que Cidade, presidente da Concelhia de Coimbra do PS, começou por concordar a dispensa da criação de 24, ao avalizar por escrito um parecer técnico, que não foi distribuído aos jornalistas presentes na sessão, no qual, alegadamente, os serviços da autarquia admitem a referida dispensa dos 24 lugares para viaturas.

Também Paula Pego, eleita pelo PSD, mas atualmente com estatuto de independente, criticou o “impacto negativo” em termos urbanísticos e no chamado comércio tradicional de Coimbra.

“É necessário fazer audiência prévia da intenção de indeferir o processo”, disse Manuel Machado, após se ausentar algum tempo da reunião.

O presidente da Câmara anunciou que seria necessário “notificar o particular dessa intenção e ele que diga o que lhe aprouver”, tendo informado que “várias entidades já se pronunciaram” sobre a pretensão do Fórum Coimbra de ampliar as instalações e ser dispensado de criar novos lugares de estacionamento.

Entretanto, em comunicado, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que no anterior mandato autárquico teve um vereador do executivo municipal, salientou que a proposta de ampliação do Fórum “em mais quatro mil metros quadrados (…) não está disponível para a generalidade dos cidadãos com todas as suas implicações, designadamente paisagísticas e de mobilidade urbana”.

O movimento insistiu “na urgência de o município assumir a liderança da renovação de toda a frente ribeirinha”, nas duas margens do Mondego.

“A Câmara assumiu o compromisso de criar um forum de informação e debate sobre todos os projectos, públicos e privados, com incidência naquela zona, vital para a regeneração de Coimbra”, recordou, rejeitando ainda a pretendida dispensa de lugares de estacionamento “no já sobredimensionado empreendimento”.

O Forum Coimbra tem mais de 2500 lugares de estacionamento.

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