A Câmara de Oliveira do Hospital aprovou por maioria um orçamento de mais de 50 milhões de euros (ME) para 2026, o maior de sempre, com a abstenção dos dois partidos da oposição.
A proposta deste município liderado pelo PS representa um aumento de 16,2% comparativamente a 2025 e a votação, que decorreu em reunião do executivo, na terça-feira, contou com a abstenção de uma vereadora do PSD (o outro não foi à reunião) e da coligação Oliveira, o Motivo (CDS-PP/NC).
Em comunicado divulgado por aquela autarquia do interior do distrito de Coimbra, o presidente da Câmara afirma que este orçamento “reflete a determinação do município em continuar a investir na qualidade de vida das pessoas, na modernização do território e na construção de um futuro mais justo, coeso e sustentável”.
O Orçamento, as Grandes Opções do Plano e o Plano Plurianual de Investimentos de Oliveira do Hospital para 2026-2030 “marcam o início de um novo ciclo político, assente numa gestão financeira sólida, na continuidade de um projeto de desenvolvimento consistente e na ambição de responder com eficácia aos desafios” atuais, defendeu José Francisco Rolo.
O documento apresenta um acréscimo de 07 ME comparativamente ao deste ano e, em 2026, prevê que a receita municipal aumente em cerca de 16,2% relativamente ao ano anterior.
“Este incremento orçamental é explicado, na sua maioria, pelas receitas de capital, em consequência do assinalável volume de projetos aprovados com financiamento nacional e comunitário”, explicou a câmara municipal.
O desenvolvimento económico constitui “o maior investimento setorial e é, efetivamente, um dos grandes desígnios neste novo ciclo político”, com um orçamento de cerca de 09 ME.
O montante será destinado para a criação de áreas de acolhimento empresarial, a implementação da Comunidade de Energia Renovável na Zona Industrial, a consolidação da “Start Up Oliveira do Hospital”, a requalificação da Solar Pina Ferraz, em Aldeia das Dez, para Fablab e Espaço Cowork.
“Também a proteção da floresta e a segurança das populações assumem relevância especial”, notou.
José Francisco Rolo, reeleito em outubro, pontuou que a medida mantém o programa de incentivo à natalidade e reforça o apoio às famílias, com um acréscimo de quase um milhão de euros, 20,4% a mais que em 2025.
A nível da educação, será apoiada a construção das novas instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, a requalificação das escolas de Lagares da Beira e Cordinha e o reforço das verbas destinadas às bolsas de estudo para o ensino superior.
Outro dos setores prioritários incide na saúde, com a conclusão das obras de remodelação e ampliação do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital.
O autarca aponta ainda que, num “compromisso firme com a descentralização”, o apoio às freguesias contará com 60 mil euros a mais do que em 2025, alcançando 1,16 ME.
Em declarações hoje à agência Lusa, a vereadora do PSD Maria Guiomar Sarmento da Costa justificou a abstenção pela preocupação com o cumprimento dos projetos previstos, que “estão muito dependentes de fundos europeus”.
Entretanto, admite que “os investimentos propostos não vêm prejudicar em nada o concelho, antes pelo contrário”.
Já o vereador único da coligação Oliveira, O Motivo, João Duarte, apontou não haver nada no orçamento que resolva “o principal problema social” do concelho, nomeadamente os baixos ordenados médios, que estão “300 euros abaixo da média nacional”.
Para a coligação – que, adiantou, passará a ser a associação “Oliveira, o Motivo” -, é de “arriscar mais, e não manter o concelho estagnado”, apesar de admitir que “não fazia sentido” votar contra na primeira votação em que participa, até por concordar com algumas das obras programadas.
Os documentos para 2026 vão ser votados na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, na qual, o PS está em maioria, que decorrerá até o final dezembro.
PUBLICIDADE
