A Câmara Municipal (CM) de Coimbra rejeita veementemente a afirmação do magnífico Reitor da Universidade de Coimbra (UC), pelo menos na forma como veio publicada, de que a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da UC (FCDEFUC) tenha sido prejudicada pela alegada “inação do Município”.
Por vezes, a transcrição para o papel de uma conversa coloquial, como frequentemente acontece com a comunicação, adultera inadvertidamente o sentido oral das frases, proferidas em determinado contexto. Porém, a CM de Coimbra não pode deixar de se pronunciar sobre o texto escrito e publicado, considerando as suas evidentes implicações.
Tendo sempre em mente o superior interesse público e a fundamental necessidade de trabalho conjunto entre instituições, a CM de Coimbra tem mantido um excelente diálogo cooperativo com a UC, que tem sido muito profícuo para a cidade e para o concelho, nomeadamente na área do licenciamento urbanístico, do desenvolvimento económico, da atração de empresas e da criação de emprego, e deseja que assim continue a ser, mas recorda e reitera que a entidade que planeia e gere o espaço público é a CM de Coimbra.
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Porque o planeamento de uma cidade deve ser feito com uma perspetiva longitudinal de longo prazo, a CM de Coimbra, em diálogo tranquilo e construtivo, comunicou à UC a intenção de pedonalizar futuramente a Avenida João das Regras e as respetivas implicações, tendo a UC orientado os seus investimentos desportivos com esse enquadramento, o que saudamos e agradecemos. A CM de Coimbra lembra à UC que a falta de financiamento para realizar de imediato todas as obras não corresponde a “inação”; a falta de planeamento, de visão estratégica e de orientação urbanística é que poderia ser qualificado de inação.
A UC não pode alegar que desconhece os projetos públicos de enorme qualidade para a zona ribeirinha da cidade, elaborados por um arquiteto urbanista de renome internacional, já amplamente discutidos e apresentados publicamente, desenvolvidos exatamente para colmatar o desordenamento e desqualificação desse território. Lamentavelmente, a CP e a UC estavam a planear reconverter um pequeno edifício, sem qualquer qualidade arquitetónica, numa muito pequena residência de estudantes, numa zona onde prejudicaria todo o planeamento urbanístico projetado, sem terem previamente conversado com a entidade gestora do espaço público. A CM de Coimbra, quando finalmente soube do projeto, opôs-se fundamentadamente ao mesmo e desenvolveu rapidamente uma alternativa, no Pátio da Inquisição, para além de estar a construir uma residência de estudantes muitíssimo maior no quarteirão das Nogueiras, na Baixa de Coimbra, como é do conhecimento do Magnífico Reitor.
A UC conhece os projetos transformadores em curso e sabe que os mesmos terão um enorme impacto a alavancar o crescimento futuro de Coimbra, mas também sabe, até porque é um centro de ciência e de conhecimento, que não é possível concretizá-los todos no curto prazo.
Quando a CM de Coimbra duplica anualmente a área urbanística licenciada para construção; quando a CM de Coimbra está a rever o Plano Diretor Municipal para o adaptar às exigências atuais; quando o vencedor do Prémio Municipal de Arquitetura Diogo Castilho, um gabinete do Porto, afirma publicamente que, hoje, a Câmara de Coimbra é referenciada para todo o país como um bom exemplo de funcionamento urbanístico e de colaboração com os promotores; quando se assiste a uma inequívoca espiral positiva de desenvolvimento económico, social, cultural e turístico de Coimbra, confirmada pelas estatísticas do INE, a CM de Coimbra não pode deixar de rejeitar a injusta e arbitrária afirmação de “inação” e de relembrar que a autarquia é a entidade gestora do espaço público em Coimbra e que não abdicará, em circunstância alguma, de exercer os seus deveres legais.
Como é um excelente exemplo o Coimbra Invest Summit, será sempre em diálogo construtivo e em união de esforços, complementaridades e sinergias com todas as instituições, sem desnecessários arremessos de palavras, que a CM de Coimbra pautará a sua conduta construtiva e positiva no desenvolvimento sustentado e sustentável de Coimbra, do concelho e da região.
A equipa de vereadores executivos da CM de Coimbra, que integra quatro professores universitários e em que o seu vice-presidente integra o Conselho Geral da UC, não tem nenhum problema de relacionamento com a UC, nem com qualquer outra instituição da cidade.
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