Coimbra

Câmara de Coimbra rejeita “categoricamente qualquer ideia de privatização” dos SMTUC

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 22-08-2022

O presidente da Câmara de Coimbra rejeitou hoje “categoricamente qualquer ideia de privatização” dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC). José Manuel Silva garantiu também que “nem sequer a sigla se alterará”.

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“Com a internalização, nós estamos a desenvolver os SMTUC, a torná-los melhores, a prepará-los para o futuro. Vamos dar força e centralidade aos SMTUC, a força de toda a organização, conhecimento e recursos da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), como já explicámos exaustivamente!”, afirmou o autarca, durante a reunião do executivo municipal desta segunda-feira, sustentando que “os transportes públicos têm de passar a ser o meio de transporte privilegiado pela maioria das pessoas, independentemente da sua condição social, nomeadamente para melhorar a qualidade de vida urbana e ganharmos o desafio climático”.

“Reiteramos que a reestruturação dos SMTUC é para melhor gerir os SMTUC e melhor servir todas e todos os munícipes e que rejeitamos categoricamente qualquer ideia de privatização”, assegurou José Manuel Silva. “Para apaziguar as mentes que se atêm muito ao rótulo, decidimos inclusivamente manter a denominação SMTUC, para que não persistam quaisquer dúvidas em ninguém. Assim, depois da
internalização, manteremos a designação de SMTUC, como Serviço Municipal de Transportes Urbanos de Coimbra”, referiu ainda o presidente.

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José Manuel Silva voltou a atribuir uma intenção política à greve nos SMTUC, que decorreu de 1 a 7 de agosto, lembrando que nos últimos oito anos não houve nenhuma greve. O assunto causou um “bate-boca” com o vereador do Partido Socialista, José Dias, que pediu “nomes” dos alegados envolvidos. O presidente acabou por questionar se tal pedido não seria “pidesco” o que levou o socialista a exaltar-se “em defesa da honra”. 

O autarca de Coimbra reiterou que o Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP), na base da greve, “não se aplica aos SMTUC, exatamente por ser um serviço municipal com autonomia administrativa e financeira, mas que, com a sua internalização, a aplicação do ACEP a todas e todos os trabalhadores dos SMTUC será automática e imediata, com todos os inerentes benefícios para os trabalhadores”.

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“O Sr. Presidente José Manuel Silva conseguiu a proeza de provocar uma greve de trabalhadores, ainda antes de completar o primeiro ano de mandato, o que bem demonstra a sua impreparação e inabilidade política”, notou Regina Bento (PS). “Durante a referida greve não vislumbrámos qualquer preocupação por parte do Sr. Presidente, ignorando os problemas que uma greve nos SMTUC causa às
pessoas que precisam do transporte público e que já pagaram os seus passes. Também não vimos qualquer ação negocial do Executivo Municipal junto dos trabalhadores que apenas querem, legitimamente, o cumprimento por parte da Câmara do Acordo Coletivo de Trabalho (ACEP) negociado e assinado com todos os sindicatos representativos dos trabalhadores dos SMTUC”, acrescentou. 

Ana Bastos, vereadora eleita pelo Juntos Somos Coimbra, e presidente do Conselho de Administração dos SMTUC, lamentou que “o ACEP tenha sido assinado, sem que o executivo anterior tenha tido noção das consequências e implicações económicas que tem na situação financeira dos SMTUC, já por si tão debilitada”, afirmando que “só a redução do período de almoço e a redução do período de trabalho, irá obrigar a criar 32 novos turnos, ou seja um acréscimo significativo de novas contratações”.

Para amanhã está marcada uma reunião entre o presidente da Câmara Municipal e os sindicatos estando o ACEP e a internalização dos SMTUC em cima da mesa. Para esta semana estão agendados dois plenários de trabalhadores, para terça e quarta-feira.

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