Coimbra

Câmara da Mealhada recusa fusão da Sociedade da Água de Luso

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 02-06-2020

 

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O presidente da Câmara Municipal da Mealhada manifestou-se, hoje, contra a intenção da Sociedade Central de Cervejas (SCC) de proceder à fusão de todas as empresas do grupo numa sociedade única, o que, na prática, representa o desaparecimento da Sociedade de Água de Luso (SAL), uma empresa que foi criada, na vila termal do Luso, em 1852.

Rui Marqueiro, que falava ao aos jornalistas tendo a seu lado a presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, o vice-presidente da Câmara, os dois vereadores com pelouros e os presidentes das juntas de freguesia e das assembleias de freguesia do Luso e da Vacariça, garantiu que irá preparar uma carta, a ser subscrita pelos eleitos locais e pela população, a apelar à Administração da SCC para não concretizar a fusão.

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“A SCC deu-nos a conhecer a sua intenção de avançar com um fusão de todas as empresas do grupo numa sociedade única, o que representa o desaparecimento da SAL. Este desaparecimento é algo que magoa o município, os habitantes e a história do Luso. O Luso não seria o que é hoje se não existisse SAL. Por isso, queremos pedir, com toda a humildade: deixem a SAL fora desta fusão!  A SAL é uma empresa emblemática, histórica e não se pode pôr fim, assim, a uma história de 168 anos. Isto é, para o Município da Mealhada, uma questão de honra”,  referiu o autarca.

Rui Marqueiro relembra que, “quando foi necessário”, a Autarquia esteve ao lado da SAL, mesmo assumindo prejuízos para o Município. “Nos primeiros anos de 2000 foi necessária uma grande operação de modernização da SAL, que implicou a deslocalização do engarrafamento do Luso para a Vacariça e a Câmara apoiou esta decisão, difícil, e com prejuízos para a vila do Luso. Mas tratava-se de salvar a empresa e fazer com que fosse competitiva”, sublinha. “Também por isso, a Câmara disponibilizou os quatro quilómetros de vias municipais para as condutas transportarem a água do Luso para a Vacariça”, conclui o autarca.

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“Portanto, há que fazer uma balanço de história, de responsabilidade, de partilha. Existe um passado que pedimos que perdure. Não haverá, no Luso, uma única família que não tenha tido alguém a trabalhar na SAL. É um sentimento de pertença e os lusenses já perderam demasiado”, afirma Rui Marqueiro.

“Sabemos que felizmente não estão em causa os postos de trabalho, nem a normal laboração da fábrica na freguesia da Vacariça. Mas, enquanto presidente da Câmara da Mealhada, não posso aceitar que se ‘mate’ a SAL e que a água que nasce no concelho da Mealhada passe a ser explorada por uma empresa ‘estranha’ ao nosso concelho. Para mim, isso está fora de questão”, conclui o presidente do Município.

 

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