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Brasil tinha mais de um milhão de deslocados internos em 2024

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 13-05-2025

O Brasil tinha mais de um milhão de deslocados internos em 2024, sendo que 775.000 foram devido às cheias de maio no estado do Rio Grande do Sul, anunciou hoje uma Organização Não-Governamental num relatório.

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De acordo com o “Relatório Global sobre Deslocações Internas 2025” publicado pelo Centro de Monitorização das Deslocações Internas (IDMC), uma ONG que faz parte do Conselho Norueguês para os Refugiados, o Brasil tinha 1.124.000 deslocados internos por desastres naturais e 19.000 por conflitos e violência em 2024.

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As cheias no Rio Grande do Sul inundaram uma área do tamanho do Reino Unido e, como consequência, cerca de “775.000 pessoas deslocaram-se, principalmente na capital do estado, Porto Alegre”, referiu.

Esse desastre, causado por uma precipitação acima da média entre abril e meados de maio, “desencadeou mais deslocações do que as registadas em todo o país em 2023”, segundo a investigação.

Consequentemente, este foi o maior número de deslocados internos por uma catástrofe alguma vez registado no Brasil, frisou a ONG.

Segundo o relatório, as análises feitas ao acontecimento “sugerem que as alterações climáticas e o insuficiente desenvolvimento e adaptação das infraestruturas tornaram o evento duas vezes mais provável e contribuíram para a sua escala e gravidade”.

O governo do estado declarou uma calamidade pública em 06 de maio e apelou às autoridades federais e às agências de ajuda internacional para que prestassem mais apoio às pessoas afetadas, incluindo aquelas cujas casas tinham sido danificadas ou destruídas, contextualizou. 

No entanto, “as respostas lideradas pela comunidade também foram fundamentais, uma vez que os cidadãos organizaram equipas de salvamento para apoiar os bombeiros e as forças de defesa civil”, relembrou.

A entidade referiu que “um estudo geoespacial mostrou que as áreas mais afetadas pelas cheias eram habitadas por residentes mais pobres” e que as “comunidades negras e indígenas também foram forçadas a fugir em taxas mais elevadas do que a população em geral”.

Atualmente, o Governo federal está a atualizar o plano nacional de adaptação para 2024-2035, “o que é muito necessário, uma vez que os modelos climáticos sugerem que a precipitação média continuará a aumentar, particularmente no sul”, alertou.

A ONG frisou ainda que, após as inundações, o executivo criou uma secretaria para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul e coordenar os esforços de recuperação.

Esta é a décima edição do relatório, em que se estima que 83,4 milhões de pessoas estavam a viver deslocadas internamente no final de 2024, mais do dobro registado há dez anos, lamentou.

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