O Brasil registou no mês passado a menor área ardida num mês de julho em sete anos, com 748 mil hectares atingidos pelo fogo, uma queda de 40% face ao mesmo mês em 2024, informou hoje a organização Mapbiomas.
De acordo com levantamento realizado por imagens de satélites, do total da área ardida no país sul-americano em julho passado 76,5% foi em vegetação nativa, com a maior parte atingindo formações de savana, que responderam por 36% da área queimada no mês.
O Cerrado, bioma localizado no centro oeste do país e composto maioritariamente por estas formações, teve 571 mil hectares queimados em julho, o que corresponde a 76% de toda a área queimada no Brasil. A área devastada neste bioma brasileiro em julho passado, porém, foi 16% inferior ao mesmo período de 2024.
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Em seguida vem a Amazónia, com 143 mil hectares de área de vegetação queimados, uma queda de 65% face ao mesmo mês do ano anterior.
“Os dados do Monitor do Fogo de julho reforçam a centralidade do Cerrado na agenda do fogo no Brasil. Mesmo com a redução registada, o bioma continua respondendo pela maior parte das áreas queimadas”, explicou Vera Arruda, investigadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia e coordenadora técnica do MapBiomas Fogo.
“O início da estação seca é o período mais crítico, marcado pelo acúmulo de material combustível seco e pelo risco elevado de grandes incêndios. É justamente nesse momento que a prevenção deve ser intensificada, já que as principais fontes de ignição têm origem humana”, acrescentou.
Os dados divulgados indicaram que os estados brasileiros que mais queimaram no mês passado também ficam integral ou parcialmente no Cerrado.
Felipe Martenexen, investigador do MapBiomas Fogo, referiu que após dois anos de secas severas na Amazónia, em 2023 e 2024, que culminaram em um recorde de queimadas na maior floresta tropical do planeta, a redução significativa da área queimada nesta zona em 2025 pode ser atribuída ao retorno das chuvas, com um período húmido mais intenso e prolongado.
Ao todo, 2,45 milhões de hectares foram queimados no Brasil entre os meses de janeiro a julho deste ano, valores que mostram queda de 59% face ao mesmo período de 2024, quando 6,09 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo no país sul-americano.
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