Portugal

Brasil e Angola responsáveis por 70% dos trabalhadores estrangeiros em Portugal

Notícias de Coimbra | 30 minutos atrás em 16-10-2025

De Lisboa ao Alentejo, passando pelo Minho e Centro do país, a mão-de-obra estrangeira já faz parte da realidade económica portuguesa.

Uma análise interna da Eurofirms – People First mostra que mais de 12 mil profissionais estrangeiros integram atualmente clientes da empresa em diferentes setores e regiões. Com maior expressão apresentam-se as comunidades do Brasil e Angola, que juntas representam 70% do total.

A presença destes trabalhadores é particularmente expressiva na Área Metropolitana de Lisboa (38%), na Área Metropolitana do Porto (13%) e no Centro (28%), mas tem igualmente impacto no Alentejo, Minho e Sul, evidenciando que o contributo estrangeiro é hoje transversal ao território nacional.

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As funções variam de acordo com a especialização económica de cada região. Na Área Metropolitana de Lisboa, predominam os serviços, hotelaria e restauração, com forte presença em funções de limpeza, apoio administrativo e restauração.

Na Área Metropolitana do Porto, a mão de obra estrangeira integra de forma significativa a indústria transformadora e os serviços de apoio. No Centro do país, destacam-se atividades ligadas ao calçado e têxtil, enquanto no Alentejo sobressaem a agricultura e a restauração, fundamentais para a economia local. Já a Norte, a procura incide sobre a indústria pesada e transformadora, incluindo funções como operadores de máquinas, serralheiros e soldadores. No Sul ganham expressão as funções ligadas à logística e armazenamento.

Do ponto de vista das nacionalidades, a análise confirma a predominância do Brasil (54,8%) e de Angola (15,5%), seguidos por comunidades da Guiné-Bissau (5,5%), Cabo Verde (4,4%) e Índia (6%). Enquanto os países lusófonos reforçam laços históricos e culturais, as comunidades do sul da Ásia têm assumido uma crescente relevância em setores que exigem elevado volume de mão-de-obra, como a agricultura e a indústria.

A análise confirma também que estes trabalhadores ocupam maioritariamente funções que, em muitas regiões, não encontram correspondência na procura nacional. No interior, por exemplo, a agricultura e a restauração dependem em larga medida de comunidades estrangeiras, enquanto na indústria do Norte o recrutamento de profissionais qualificados em soldadura ou serralharia recorre cada vez mais a trabalhadores internacionais. Esta realidade mostra como a mobilidade laboral responde a lacunas específicas e garante a continuidade de setores que de outra forma enfrentariam maiores dificuldades de operação.

Para a Eurofirms, este retrato confirma a relevância da mão-de-obra estrangeira dos clientes que acompanha. “A nossa experiência diária mostra que estes profissionais são hoje parte integrante do funcionamento das empresas em diferentes setores.

Num momento em que o enquadramento legal da imigração está a ser revisto, é fundamental garantir que Portugal continua a ser um destino atrativo para estes trabalhadores, cuja contribuição já é decisiva em setores essenciais da economia”, refere João Lourenço, Business Leader da Eurofirms Portugal. “A Eurofirms atua como catalisador deste processo, assegurando que a integração decorre com estabilidade e de forma sustentável, beneficiando trabalhadores e organizações”, destaca ainda João Lourenço.

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