A presidente eleita da Câmara de Coimbra faz a apologia de uma “nova cidade, com a ‘Baixa’ a estender-se à margem esquerda do rio Mondego”, depois de já ter dito que vinha viver para a Baixa…em baixa.
O diário As Beiras, que publicou, esta sexta-feira, uma entrevista concedida por Ana Abrunhosa, sintetiza, na manchete, o desejo de uma “nova ‘Baixa’ na margem esquerda” do ‘Basófias’.
As diferenças de semântica são mínimas; porém, a ex-ministra acena com “a ‘Baixa’ a estender-se” e o diário parece querer remeter para uma ‘Baixa’ nova.
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Compreende-se a interpretação dada às palavras da nova autarca, pois replicar tão-só a velha ‘Baixa’ para a cintura de Santa Clara seria uma medida banal.
O pormenor reside na colocação do ajectivonova. Uma nova ‘Baixa’ na margem esquerda do rio é dispensável se se tratar de replicar a actual (a definhar). Uma ‘Baixa’ nova, que fará toda a diferença, é tão desejável para o sítio da velha quanto para a margem esquerda do Mondego.
Ao acenar com “o projecto” de “Coimbra para todos”, a presidente eleita com o patrocínio do PS, do Livre, do PAN e do movimento CpC diz que estão extintas as coligações em jeito de convite à cooperação dos cinco vereadores de Centro-Direita e da vereadora do Chega.
Neste contexto, é pertinente questionar se tencionará Ana Abrunhosa confiar ao vereador José Manuel Silva (líder cessante do Município) os pelouros indispensáveis à extensão da ‘Baixa’ para a margem esquerda do rio. Seria uma maneira de pôr à prova o engenho e a arte do presidente cessante, que aspirava a oito anos de governação do Município.
Em recente artigo de opinião no semanário ‘Campeão’, José Manuel Silva assinala que irá “continuar por aí e assumir as (…) responsabilidades de vereador da oposição”.
Se meter ombros ao pomposo plano Marshall com que, enquanto presidente, se propunha revitalizar a ‘Baixa’, o vereador não irá fracassar só por já não contar com o impulso da empresária Nirit Harel…
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