Coimbra

Bonifrates de Coimbra vai ler poemas “luminosos” nas redes sociais

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 16-03-2020

– A cooperativa Bonifrates, de Coimbra, começou hoje uma “produção para redes sociais em tempos de isolamento”, em que os atores da companhia leem poemas “luminosos” para dar algum ânimo às pessoas.

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A companhia, que teve que cancelar duas produções face ao surto de Covid- 19, começou hoje uma iniciativa intitulada “Há palavras que nos tocam”, que prevê a publicação de um poema, todos os dias, na sua página de Facebook (https://www.facebook.com/Bonifrates-Cooperativa-201457843229120), lido por um dos atores da cooperativa.

“Em dias de isolamento e de cuidado com o contágio, com o que tocamos, com o que nos toca, não podemos privar-nos de algumas coisas que prezamos e que nos unem – o teatro, a poesia e o gosto de estar juntos. Inoculemos poesia como antídoto ao isolamento, ao desalento, à inação”, lê-se na declaração da Bonifrates, que acompanha o primeiro poema, “Há Palavras que nos Beijam”, de Alexandre O’Neill.

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Segundo Cristina Janicas, membro da cooperativa, a ideia passa por cada ator da Bonifrates, “sem sair de sua casa, escolher um poema e dizê-lo para ser partilhado nas redes sociais”.

“É uma espécie de espetáculo virtual”, explicou, referindo que, apesar de os atores terem liberdade para a escolha da obra, é-lhes pedido um cuidado na seleção.

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Os poemas, aclarou, “têm que ter uma mensagem de esperança”.

“Não podem ser poemas catastróficos. Não é isso que se pede. Queremos tocar os nossos dias com o belo e levantar o ânimo das pessoas com a poesia”, disse à agência Lusa Cristina Janicas, referindo que o repto já foi também lançado aos atores do Teatrão e da Escola da Noite.

De acordo com o diretor da Bonifrates, João Maria André, a iniciativa prevê também poemas lidos noutras línguas por cooperantes que vivem no estrangeiro.

Para João Maria André, “o objetivo é escolher poemas com um sentimento positivo, com esperança no futuro”.

“Sem esperança uns nos outros não conseguimos sobreviver a isto. Vão ser textos luminosos tanto quanto possível”, disse, chamando ainda a atenção para o impacto económico que este surto terá no setor da cultura, com vários trabalhadores sem contratos de trabalho e que ficarão “desamparados nesta situação”.

Em declarações à agência Lusa, o diretor da Bonifrates referiu ainda que poderão surgir outras iniciativas, nomeadamente centradas no teatro.

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