Portugal

Bombeiros feridos e fogo à porta da cidade de Mêda

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 15-08-2025

Imagem: Fênix

 Quatro bombeiros da corporação da Mêda ficaram feridos enquanto combatiam o fogo em Paipenela, esta quinta-feira, naquele concelho, e foram encaminhados para o Hospital da Guarda.

“Dois deles já tiveram alta, os restantes continuam internados com queimaduras de segundo grau. Estão em observações e não correm risco de vida”, confirmou à agência Lusa o vice-presidente do município, César Figueiredo.

Segundo o autarca, neste momento há uma frente ativa na localidade de Vale Flor e outra entre a Prova e Aveloso, na zona norte do concelho do distrito da Guarda.

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Esta última frente está agora “à porta” da sede do concelho.

“Em ambas as situações o incêndio está a avançar com muita intensidade, atiçado pelo vento, que varia muito e está a dificultar o trabalho dos operacionais”, referiu.

César Figueiredo adiantou que os meios estão colocados à entrada das localidades para “travar as chamas e evitar o pior, mas precisamos de meios aéreos rapidamente porque a situação estão incontrolável”.

Segundo o vice-presidente da Câmara da Meda, já terão ardido “entre 5.000 a 6.000 hectares” no seu município, sobretudo pastos, floresta, soutos, pinhais, terrenos agrícolas e, hoje, algumas casas de segunda habitação.

“Provavelmente, também haverá muitos animais mortos, como ovelhas, cabras e vacas, porque os donos soltam-nos, simplesmente, devido à ameaça do fogo”, afirmou.  

O autarca criticou o plano operacional, considerando que devia haver “melhor organização”.

“Os bombeiros locais conhecem melhor o terreno, o seu trabalho é mais assertivo e eficaz. Aos de fora falta-lhes esse conhecimento e, muitas vezes, não sabem o que fazer, mas é a ajuda que temos e é bem-vinda”, disse à agência Lusa.

César Figueiredo acrescentou que, esta sexta-feira, ainda não viu nenhum meio aéreo a atuar nos fogos que lavram no concelho, “se calhar por causa do fumo, que é muito”.  

Afirmou ainda que este incêndio terá tido origem numa ignição direta na localidade de A do Cavalo, no concelho vizinho de Trancoso, e avançou para a Meda.

“Foi mão criminosa, apelo às autoridades que façam aquilo que melhor sabem fazer, que é apanhar esta gente que está a delapidar o nosso território”, pediu.

Na sua opinião, a justiça deve ter mão pesada nestes casos: “Por vezes, punimos pessoas por coisas menos gravosas, enquanto esta gente acaba por ser solta”.

César Figueiredo lamenta também que a região e o país tenham que passar pelo mesmo todos os verões.

“Falta prevenir os incêndios no inverno, não é só combater no verão, mas, para isso, é preciso ajudar as autarquias e os produtores, que, por si só, não têm capacidade para o fazer. Infelizmente, Portugal não tem aprendido nada e a cada ano a situação piora”, criticou.

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