Bombeiros exigem alimentação “como manda a lei”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 26-08-2017

O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes, no concelho de Coimbra, tem a coragem de denunciar que existe muita negligência no que diz respeito à alimentação dos soldados da paz que combatem as chamas de Norte a Sul de Portugal.

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Hoje, o Comandante Acácio Monteiro, voluntário com enorme experiência no teatro de operações, escreveu no seu Facebook:

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Exige -se dignidade…ALMOÇO – Rodelas de Salsicha com esparguete. JANTAR – Grão com Atum. Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar… Alguém teria de ser responsabilizado pela “Alimentação” servida no IF de Oleiros. Sabemos os valores definidos na Circular Financeira da ANPC (7€ por refeição). O Incêndio está em fase de Rescaldo, os nossos Bombeiros foram desmobilizados e, como é evidente, vão ser alimentados condignamente. É o mínimo que se exige…

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Notícias de Coimbra tem constatado que várias entidades entidades locais, apesar de receberem da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) para prestar o serviço de fornecimento refeições aos bombeiros que combatem as chamas nos seus concelhos, optam por entregar essa tarefa nas mãos de  “voluntários”.  Os “populares fazem o que podem e não podem para fazer bem”, mas muitos não estão habilitados para uma tarefa que exige alguma preparação, o que faz com que cozinhem o que “está mais à mão ou é mais barato”.

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Recordamos que ANPC paga as refeições que são servidas aos operacionais por associações locais ou autarquias.

Investe 7€ por almoço ou jantar e 1,80€ por cada Pequeno-Almoço, Lanche. Reforço 1 ou Reforço 2. O que contempla 6 distribuições de alimentação em cada 24 horas. São 21, 20 Euros por dia.

Parece ser um valor suficiente para que os Bombeiros tenham direito a refeições dignas. O que, como se constata, nem sempre acontece, pelo que deve ser questionada a eficácia da protecção civil em muitos municípios, sobretudo quando, apesar de estarem a receber pelo serviço que deviam assegurar, pedem ao “povo voluntário”  comida para os soldados da paz, arecebendo por um serviço que “não presta ou não prestam”.

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Notícias de Coimbra avançou em meados de agosto que a ANPC esperou pelo pico do verão para adquirir “Pacotes individuais com refeições frias para os operacionais no campo de operações”.

Já a fase Charlie (a mais crítica do combate aos incêndios florestais) ia adiantada e meio Portugal estava a arder quando a ANPC decidiu que era altura de ir a Espanha comprar “de Kit´s de Alimentação”.

Foi no dia 24 de julho de 2017 que a ANPC encomendou à espanhola José Manuel Poveda S.A. a aquisição de 47.480,00 €  de “Pacotes individuais com refeições frias para os operacionais no campo de operações”

Constata-se que esta empresa com sede em Alicante pode entregar os Kit´s até final do mês deste mês de agosto. Está no contrato. Quase até ao fim do verão!

Notícias de Coimbra contactou alguns bombeiros que afirmam que ainda não viram o já baptizado “torrão de Alicante”,  mas que, de forma unânime, garantem que se recusam a comer “ração de combate”.

Recentemente, a Direcção-Geral da Saúde lançou um  manual  com “recomendações gerais para a alimentação dos bombeiros” que terá servido para justificar a compra dos “kit´s alimentares”.

As “4 ementas” do “Kit alimentar de Proteção Civil para situação de emergência para 24 horas” adquirido em Alicante incluem produtos como atum, bebida para desportistas, sal, açúcar, almôndegas, bolachas, chicletes, café, doces, caramelos, pastilhas para a água, frango oriental, vitelas massa à bolonhesa, paelha de frango, sardinhas em conserva ou marmelada.

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