Na vila de Ançã, no concelho de Cantanhede, há um nome que já é sinónimo de uma das mais deliciosas tradições da região: Aldina Rasteiro.
Aldina é considerada uma das boleiras mais famosa de Ançã, e foi esta manhã, 20 de maio, à TVI mostrar o seu trabalho com o icónico bolo de Ançã — cozido em forno a lenha, cuja origem se perdeu no tempo, mas que continua bem presente nas mesas e festas da região.
Quem o procura tem de estar atento a um saco azul, sinónimo de que naquela casa há bolo de Ançã. Mas também há uma outra curiosidade: a tradição mandava que o bolo de cornos fosse oferecido pelos casais de noivos aos convidados. Apresenta-se com forma alongada e são aromatizados com canela e limão.
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Aldina levanta-se todos os dias às 4:00 e só regressa a casa por volta das 20:00. Em dias bons, pode fazer até 500 bolos — cada um vendido por 4 euros. Uma rotina exigente, mas que cumpre com paixão há mais de quatro décadas. Começou a fazer bolos com apenas 14 anos, aprendendo a arte com uma vizinha. O negócio começou na Figueira da Foz. Os pais vendiam peixe e Aldina aproveitava para comercializar os seus bolos — hoje, é referência incontornável da região.
Atualmente, existem entre 8 a 10 boleiras em Ançã, mas Aldina destaca-se não só pela quantidade que produz, mas pela dedicação inabalável a esta tradição.
O bolo de Ançã é mais do que um doce: é um pedaço de história, um símbolo de identidade local e, com Aldina Rasteiro, um exemplo vivo de como a paixão e o saber fazer podem atravessar gerações.
Recorde-se que o NDC falou com Dorinda Vagos, ela que é boleira desde os 19 anos, mas o seu amor pelo ofício nasceu bem antes.
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