Justiça

Boaventura Sousa Santos fez “love bombing”?

Notícias de Coimbra | 3 semanas atrás em 25-05-2024

Sete das 13 mulheres que assinaram uma carta a exigir a saída de Boaventura Sousa Santos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, contam cenas de assédio em que o professor é protagonista

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A brasileira Agência Pública revela relatos das alegadas vitimas que falam em beijos molhados, mãos na cintura e nas pernas, abraços apertados e cara no peito.

“Foram quatro horas e meia de conversa. Mulheres de vários países reuniram numa videoconferência e quebraram anos de silêncio. Esta é a primeira vez que as pesquisadoras, reunidas em um coletivo internacional, relatam publicamente violências e assédios que teriam sofrido de Boaventura de Sousa Santos”.

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Os relatos delas descrevem também um ambiente tóxico, de medo e silenciamento dentro do CES. As pesquisadoras dizem que os comportamentos impróprios do professor eram normalizados e até abafados dentro do centro acadêmico, escreve a publicação.

As primeiras acusações contra o sociólogo, que tem livros publicados em vários países, vieram à tona em março de 2023, no capítulo de um livro com relatos de assédio sexual e moral. O texto protegia a identidade das denunciantes e não citava nominalmente Boaventura, chamado apenas de “professor-estrela”. Foi o próprio Boaventura que assumiu ser o “professor-estrela” e classificou as denúncias como “vingança”, recorda.

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Eis alguns relatos:

“Quando as luzes se apagaram, colocou as mãos entre as minhas pernas. Fiquei em choque e saí assustada.”

“Ele disse que por conviver muito com pessoas latino-americanas aprendeu a ser mais cálido e mais natural no contacto físico.”

“Dava beijos no rosto, excessivamente molhados, e abraços apertados.”

“Disse que sempre teve desejo pelo meu corpo. Fiquei muito nervosa. Passei a ter incontinência urinária, pelo medo.” –

“Ele disse que meu problema profissional era não ir para a cama com ele.”

“Quando percebi que ele usava o sexo como moeda de troca, entendi que a minha carreira no Centro de Estudos Sociais tinha terminado ali.”

Em março deste ano, uma comissão independente divulgou um relatório onde reconhece “padrões de conduta de abuso de poder e assédio por parte de algumas pessoas que exerciam posições superiores na hierarquia do CES”.

Em seguida, o CES publicou uma carta aberta pedindo desculpas públicas às pessoas que se consideram vítimas de comportamento de assédio ou abuso no contexto de suas atividades. A carta não cita o nome do professor. 

Também em abril deste ano, o Ministério Público abriu um inquérito baseado no relatório da comissão independente do CES e nas denúncias feitas pelo Coletivo de Vítimas de Boaventura, que até agora se pronunciava publicamente apenas em cartas anônimas. O inquérito está em curso, relembra a Pública.

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