Coimbra

Bloco de Esquerda condena batidas à raposa na Figueira da Foz

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 12-02-2020

A concelhia da Figueira da Foz do Bloco de Esquerda (BE) condena “veementemente” a realização de batidas à raposa naquele município do distrito de Coimbra, exigindo que “cessem imediatamente” os apoios institucionais concedidos por juntas de freguesia.

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Em comunicado enviado à Lusa, o BE da Figueira da Foz refere três iniciativas do género – uma já realizada na freguesia de Alhadas, outra prevista para o próximo sábado em Vila Verde e uma terceira agendada para dia 23 na Praia de Quiaios – manifestando-se “do lado da população e das associações que têm vindo a denunciar esta prática”.

“Consideramos esta prática ultrapassada, violenta, antipedagógica e desprovida de qualquer justificação plausível. Não existe qualquer estudo que demonstre que a raposa seja uma praga em Portugal para que se invoque o controlo da população da espécie”, argumenta a concelhia do BE em comunicado.

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Desde o passado fim de semana, com origem na rede social Facebook, está instalada uma polémica na Figueira da Foz, devido à batida à raposa e saca-rabos agendada para a freguesia de Quiaios, estando em preparação uma ação de protesto, agendada para a hora da iniciativa.

Ouvida pela Lusa, a coordenadora do BE da Figueira da Foz, Carla Marques, disse que o partido irá associar-se ao protesto “ao lado da população”.

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“Não concordamos em nada com estas práticas bárbaras do século XIX”, argumentou.

O protesto começou por ser dinamizado por uma página naquela rede social (intitulada Maré Quiaios – Plataforma Virtual 3.0 de Moradores da Freguesia de Quiaios), cuja autoria permanece desconhecida, mas que várias fontes argumentam estar relacionada com o Bloco de Esquerda, dado o cariz de algumas publicações ali divulgadas, que remetem para posições e outras páginas daquela força política.

Questionada sobre se a página Maré Quiaios é promovida pelo Bloco de Esquerda, Carla Marques respondeu que os movimentos cívicos “têm elementos de vários partidos”.

“Também há elementos do Bloco neste movimento, eu própria faço parte porque concordo com as posições que defende”, revelou.

Já sobre o anonimato dos autores da página, a responsável do BE disse respeitar “que não se identifiquem”, argumentando que as pessoas “são livres de tomar as posições que entendem”.

Um dos elementos do clube que organiza a batida critica a forma como a contestação tem vindo a ser dinamizada, argumentando que os caçadores estão a ser provocados e alvo de ameaças de vária índole, como “chamadas anónimas”.

“O problema deles [dos críticos] não é a caça à raposa, a maior parte deles quer vir aqui para andar à bofetada, estão a instigar à pancadaria. As pessoas são livres de criticar mas dentro dos limites, não podem insultar nem ameaçar ninguém”, alegou.

O dirigente, que pediu para não ser identificado por, alegadamente, estar a receber “ameaças de morte”, argumenta ainda que a rede social Facebook tem vindo a ser utilizada para “inventar histórias que não são verdadeiras”.

Aludiu, concretamente, a duas raposas que costumam circular na localidade da Praia de Quiaios “e que são alimentadas à mão pelas pessoas”.

“Andam a dizer que temos como objetivo matar aquelas raposas, mas nunca íamos para o meio das casas, não podemos andar armados na rua ou caçar no meio das casas”, sublinhou.

Perante a possibilidade de confrontos com os manifestantes, o elemento da organização põe, no entanto, a hipótese de a iniciativa vir a ser cancelada no próprio dia: “É muito fácil [os críticos] estarem a teclar atrás de um computador a dizer que fazem e acontecem. Mas se vir que aquilo está mal parado, pura e simplesmente cancelo, porque depois a água ferve tanto de um lado como do outro”.

A batida à raposa em Quiaios motivou, igualmente, uma petição pública, que preconiza o cancelamento da iniciativa e que reuniu, em cinco dias, cerca de 2.500 assinaturas.

A autora, Anabela Santos, reside na Praia de Quiaios, mas recusa ser apelidada de “ativista”: “Fiz a petição apenas porque gosto de animais, não quero isto [a batida à raposa] perto de mim e não concordo com este tipo de caça”, afirmou.

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