O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, alertou hoje em Fátima para “os movimentos populistas que manipulam a nostalgia do passado” e exacerbam “nacionalismos egoístas e conflituosos”.

Santuário de Fátima DR
Dirigindo-se aos peregrinos no Santuário de Fátima, o bispo de Setúbal chamou a atenção para os populismos e nacionalismos que têm surgido e crescido nos últimos tempos.
“Vivemos num tempo em que movimentos populistas manipulam a nostalgia do passado, o medo real e imaginário, o perigo do estrangeiro e do que pensa diferente, que usam a ganância de possuir e dominar e até usam o nome de Deus e modelos religiosos para os seus interesses”, vincou o líder dos bispos portugueses.
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Segundo José Ornelas, esses movimentos “constroem muros, exacerbam nacionalismos egoístas e conflituosos”, impedindo que “se chegue a consensos mundiais para encontrar soluções para os problemas de todos, como a pobreza, a injustiça, a guerra e a depredação do planeta, que colocam em perigo o futuro”.
Para o bispo de Setúbal, “este não é certamente o projeto de Deus” e “não é deste modo que se constrói a Igreja”.
“A pandemia veio tornar mais visíveis estes problemas, como todos sabemos. Estamos no mesmo barco. Ou nos ajudamos para nos salvarmos todos ou então o barco afunda”, asseverou.
A homília foi proferida perante cerca de 4.000 pessoas, que não lotaram os espaços delimitados com círculos no recinto do Santuário, criados face à pandemia.
Devido à covid-19, o Santuário de Fátima tem um limite de 6.000 pessoas no recinto, durante a peregrinação.
O controlo e monitorização dos acessos através de oito entradas, a delimitação dos espaços (com perímetros de segurança e marcações no solo), o reforço da sinalética e a limitação das deslocações dentro do recinto foram algumas das medidas adotadas.
A peregrinação começou na segunda-feira e termina hoje.
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