Coimbra

Bispo de Coimbra deixa mensagem marcante na Bênção das Pastas: “Sejam peregrinos da verdade”

Notícias de Coimbra | 7 horas atrás em 15-06-2025

A Sé Nova de Coimbra encheu-se este domingo, 15 de junho, de cor, emoção e simbolismo, com a celebração da tradicional Bênção das Pastas, um dos momentos mais marcantes da Queima das Fitas da Universidade de Coimbra (UC), que assinala o encerramento do percurso académico de centenas de estudantes finalistas.

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Presidida pelo Bispo de Coimbra, a cerimónia religiosa voltou a ser um dos momentos mais solenes do calendário académico, reunindo estudantes, famílias e comunidade académica.

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Na sua homilia, profundamente simbólica, D. Virgílio Antunes desafiou os jovens a assumirem-se como “peregrinos da verdade, da caridade e da esperança”, traçando paralelos entre o percurso universitário e o caminho espiritual de cada um.

“Ainda bem que vieram, porque isso é um sinal evidente da atitude que vos move, do desejo interior e de olhar para a vida como um todo”, afirmou o bispo, destacando a importância de viver com consciência plena do passado, presente e futuro.


Na mensagem dirigida aos estudantes, D. Virgílio apresentou três atitudes fundamentais que considera essenciais para o futuro: verdade, caridade e esperança.

Referindo-se à primeira, defendeu que a busca da verdade deve ser uma constante na vida dos jovens: “Sabedoria como capacidade de viver, de saber viver”, frisou. “Saber viver exige inteligência, exige consciência, exige olhar para o mundo e para os outros.”

O bispo sublinhou ainda que a verdade não é algo superficial ou passageiro: “A verdade não é simplesmente fruto das circunstâncias de cada momento, mas algo com maior objetividade, maior autenticidade, que há de perdurar.”

A segunda mensagem focou-se na vivência da caridade e do amor, valores que considerou inseparáveis e essenciais à realização pessoal e social.

“A caridade e o amor estão absolutamente interligados”, afirmou, acrescentando: “Se alguém procura a verdade, mas não está marcado por um desejo de se encontrar com o amor, não se encontra à verdade.”

Incentivou ainda os estudantes a fazerem do serviço aos outros e da amizade uma marca fundamental do seu percurso profissional e pessoal.

Por fim, D. Virgílio Antunes falou da esperança como valor vital, sobretudo nos momentos de adversidade: “A esperança que não engana”, referiu, recordando que todos enfrentam momentos difíceis. “Quando há problemas, doenças, desentendimentos… é essencial manter viva a esperança.”

Entre lágrimas, sorrisos e muitas pastas erguidas ao céu, os estudantes despediram-se simbolicamente da vida académica com a bênção recebida.

Catarina, finalista de Português, emocionou-se ao viver este momento apesar de um contratempo durante o cortejo:“Nada me podia impedir de estar aqui hoje”, afirmou com orgulho.

Também Joana Sequeira, Mafalda Pereira e Rita Rato, colegas do mesmo curso, destacaram o simbolismo do momento: “É o fechar de um ciclo. Foram anos intensos, e a Bênção das Pastas representa o fim e um novo começo.”

Margarida Gaspar, finalista de Bioquímica, viveu o dia com emoção redobrada pela presença dos avós, vindos propositadamente de Aveiro. “É a nossa menina. É o nosso orgulho”, disse a avó, comovida.

Ricardo Silva, de Engenharia Informática, teve na avó a sua maior apoiadora neste dia especial: “Não podia faltar à bênção do meu menino”, afirmou.

Na primeira fila da Sé Nova, também as avós de Rita Alexandra, vindas de Castelo Branco, marcaram presença, orgulhosas do percurso da neta.

João Pedro, finalista de Arqueologia, contou com a presença especial da mãe, Elisabete, e da avó Maria do Céu, que o acompanharam com visível emoção neste momento marcante.

A Bênção das Pastas voltou a ser um marco incontornável na vivência universitária de Coimbra, unindo fé, tradição e esperança no futuro de uma nova geração.

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