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Beber café pode reduzir risco de morte (mas só se for sem aditivos)

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 23-06-2025

Mil milhões de pessoas começam o dia com uma chávena de café — uma rotina quase universal. Mais do que um simples conforto ou um impulso de cafeína, o café preto pode agora estar associado a uma maior longevidade, desde que seja consumido simples, sem açúcar ou creme, sugere um novo estudo.

Investigadores da Escola Friedman de Ciência e Política Nutricional da Universidade Tufts analisaram dados recolhidos entre 1999 e 2018, envolvendo mais de 46 mil adultos americanos. Publicada no The Journal of Nutrition, a pesquisa conclui que consumir uma a três chávenas de café preto por dia está relacionado com uma redução de até 17% no risco de morte por qualquer causa.

No entanto, este efeito protetor desaparece quando o café é adulterado com açúcar ou gordura saturada — ingredientes comuns em cafés com leite, cremes e adoçantes.

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O estudo realçou que bastam quantidades muito pequenas de açúcar — menos de meia colher de chá por chávena — para anular os benefícios do café. De igual modo, o excesso de gordura saturada também prejudica a associação positiva.

“Poucos estudos investigaram como os aditivos ao café influenciam a sua relação com a mortalidade,” explica Bingjie Zhou, principal autora do estudo. “Os nossos resultados reforçam as recomendações para limitar açúcar e gorduras saturadas na dieta”, lê-se na ZME Science.

O café é uma bebida complexa, rica em compostos como ácido clorogénico e polifenóis, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estas substâncias podem ajudar a proteger contra várias doenças, incluindo alguns tipos de cancro.

Contudo, o estudo alerta para os riscos do café não filtrado, que contém substâncias que podem elevar o colesterol. Além disso, bebidas açucaradas e cremosas típicas dos cafés modernos podem ter calorias elevadas, competindo com milkshakes.

Importa notar que este é um estudo observacional: não prova que o café causa longevidade, apenas mostra uma associação. Outros fatores, como estilo de vida, dieta e genética, também influenciam os resultados. O estudo baseou-se num único registo alimentar de 24 horas, o que é uma limitação, mas o vasto número de participantes e o longo período conferem relevância às conclusões.

No fim, a mensagem é clara: se quer beneficiar do café para a saúde, mantenha-o simples — tal como o que se bebia antigamente. Café preto, quente e sem adições é a melhor aposta para um impulso não só ao despertar, mas também à longevidade.

“Com quase metade dos adultos americanos a beber pelo menos uma chávena por dia, compreender o impacto do café na saúde é fundamental,” conclui Fang Fang Zhang, coautora do estudo. “Os benefícios do café podem ser comprometidos pela adição de açúcar e gordura saturada.”

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