BE questiona presença de alegado ladrão na Cultura do Centro

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 07-02-2018

Os deputados do BE, João Campos e José Manuel Pureza,  questionam o Governo, nomeadamente o Ministro da Cultura Castro Caldas, sobre o destacamento de Diogo Gaspar (antigo diretor do Museu da Presidência da República) para a DRCC (Direção Regional da Cultura do Centro).

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O BE recorda que “foi noticiado que Diogo Gaspar – antigo diretor do Museu da Presidência da República, suspenso das suas funções por ser arguido num processo em que é suspeito de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder – foi destacado para a Direção Regional de Cultura do Centro, em Coimbra, ao abrigo do regime de mobilidade da administração pública”.

Nesse sentido e porque os “meios de comunicação afirmam que o destacamento foi confirmado pela diretora-regional de Cultura do Centro, Celeste Amaro, que se terá mostrado satisfeita por poder contar com Diogo Gaspar”, o BE quer também saber se a Direção Regional de Cultura do Centro dispõe “dos meios humanos necessários para o cabal cumprimento das suas funções ou justifica-se uma tão manifesta satisfação da diretora-regional com a possibilidade deste destacamento suprir eventuais carências de quadros técnicos nesta direção regional?”.

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Citada pelo jornal Público, continua o BE, “Celeste Amaro refere que: ‘Recebemos o Dr. Diogo Gaspar com muito agrado. Não se tratou de nenhuma imposição, e ele veio trabalhar em três projetos que já estavam em curso’”.

Diz também o BE, citando de novo o Público que Celeste Amaro refere que: “[O facto de] ele ser arguido não me interessa nada – atualmente, metade dos portugueses são arguidos”, enfatizando ainda que está “muito satisfeita por alguém querer ir trabalhar para o interior”.

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“O processo em que Diogo Gaspar é arguido remonta ao verão de 2016, altura em que se deram as buscas da chamada Operação Cavaleiro, e teve como medida de coação o seu afastamento por um ano do trabalho no Museu da Presidência da República no Palácio de Belém. Importa ainda destacar que Diogo Gaspar regressou ao seu lugar de técnico superior no quadro da secretaria-geral da Presidência da República, mas tem desempenhado as suas funções longe das instalações do Museu da Presidência da República, tendo perdido definitivamente o cargo de diretor”, conclui o BE.

Foto Público
Foto Público

“O destacamento, noticiado no sábado pelo semanário Expresso (após uma primeira versão em que se dizia que teria sido requisitado pela Direcção-Geral do Património Cultural), foi confirmado ao PÚBLICO esta segunda-feira pela directora-regional de Cultura, Celeste Amaro, que enfatizou que Diogo Gaspar “continua a pertencer aos quadros do Museu da Presidência”.

“Ele não passou a ser nosso funcionário, não é pago por nós”, esclarece Amaro, mostrando-se satisfeita por poder contar com a nova aquisição. “Recebemos o dr. Diogo Gaspar com muito agrado. Não se tratou de nenhuma imposição, e ele veio trabalhar em três projectos que já estavam em curso”, acrescenta.

“Conheço bem o valor do seu trabalho, o que fez no Museu da Presidência da República, mas também o conhecimento técnico que tem na área do património e em particular das rotas do Sagrado e das Catedrais.” Amaro desvaloriza, de resto, o facto de Gaspar ser suspeito de desvio de bens.

“O facto de ele ser arguido não me interessa nada – actualmente, metade dos portugueses são arguidos”, comentou, enfatizando que está “muito satisfeita por alguém querer ir trabalhar para o interior”, concluiu Celeste Amaro.

Diogo Gaspar vai trabalhar nas “Rotas do Sagrado e das Catedrais e na elevação da Sé de Castelo Branco.

Recordamos que no final de junho de 2016, o então diretor do Museu da Presidência, Diogo Gaspar, foi detido por suspeita de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder, conforme informação divulgada na altura pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A PGR indicou que a investigação fora iniciada em abril de 2015, tendo sido realizadas buscas domiciliárias e não domiciliárias na zona da Grande Lisboa e em Portalegre.

O inquérito investigava, segundo a PGR, “suspeitas de favorecimento de interesses de particulares e de empresas com vista à obtenção de vantagens económicas indevidas e suspeitas de solicitação de benefícios como contrapartida da promessa de exercício de influência junto de decisores públicos”.

A PGR referia ainda, no comunicado, que a investigação abrangia igualmente “o uso de recursos do Estado para fins particulares, a apropriação de bens móveis públicos e a elaboração de documento, no contexto funcional, desconforme à realidade e que prejudicou os interesses patrimoniais públicos”.

Na altura, como indicou a PGR, Diogo Gaspar foi libertado sob caução, suspenso das funções públicas que exercia, tendo ainda a juíza de Instrução Criminal proibido o seu acesso ao Museu da Presidência, à Secretaria-geral da Presidência e ao Palácio da Cidadela, em Cascais.

Em julho de 2017, passado um ano sobre a suspensão de funções, sem que tenha sido produzida acusação, Diogo Gaspar recuperou o posto de técnico superior da Secretaria-Geral da Presidência da República.

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