Política

BE defende que “a outra vacina de que a escola pública precisa é o investimento”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 31-03-2021

O BE defendeu hoje que “a outra vacina de que a escola pública precisa é o investimento”, com críticas e avisos para a urgência de medidas do Governo para recuperar aprendizagens, que foram partilhadas pelos outros partidos da oposição.

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Nas declarações políticas de hoje, a deputada do BE Joana Mortágua abordou o tema da recuperação de aprendizagens no atual contexto de pandemia, lembrando que “o preço a pagar pela suspensão do ensino presencial é muito alto”, o que levou os bloquistas a insistir em propostas de preparação do ano letivo e nos esforços necessários para evitar fechar as escolas.

“O Governo ficou aquém. Teremos tempo para balanços, mas aqui chegados, há outra urgência: o programa de recuperação. Nem todas as consequências serão irreversíveis, mas nada será como dantes”, defendeu.

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Apesar de os diagnósticos serem ainda “limitados e preliminares”, para o BE “os indícios são assustadores” e preparar “a recuperação não é simplesmente planear a educação pós-pandemia, como parece ter sido desejo do Governo no verão passado”.

“Uma política de mínimos para enfrentar a crise máxima é, como vimos, um convite à inação. A outra vacina de que a escola pública precisa é o investimento”, apelou.

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Na perspetiva de Joana Mortágua, “o programa de recuperação de que o país precisa tem de cumprir o desafio do secretário-geral da ONU e aumentar substancialmente o investimento em educação”, com confiança nos professores e reforço na escola pública para “chegar às aprendizagens, mas também à saúde mental e às competências emocionais, sociais e físicas das crianças”.

Pelo CDS-PP, Ana Rita Bessa saudou o BE pela escolha do tema, mas demarcou-se “da forma reivindicativa” e de algumas das soluções apresentadas, considerando que, com os resultados que já são conhecidos, o Governo “deveria avançar com medidas”.

“Mas não, o Governo decide fazer um grupo de trabalho para ir meditar sobre estes resultados”, criticou, considerando que as crianças “precisam é de soluções” e não de “reivindicações ou de grupos de trabalho”.

Também Cláudia André, do PSD, afirmou que os alunos portugueses “merecem muito mais” do que têm recebido por parte do Governo, apontando falhas ao Ministério da Educação uma vez que já são conhecidos os planos de recuperação para a educação de muitos países e em Portugal a única coisa que se sabe é que vai ser criado um grupo de trabalho.

Posição diferente tem o PS, partido do Governo, que através de Tiago Estevão Martins lembrou que esta semana ficou marcada por “três momentos importantes” para o setor da educação: o início da campanha de vacinação do pessoal docente e não docente, a divulgação dos resultados preliminares do estudo diagnóstico realizado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) e a publicação da revisão da portaria de rácios que garante mais dois mil funcionários nas escolas.

O deputado socialista lamentou que a deputada bloquista não se tenha referido a nenhum destes momentos e tenha feito “um exercício como se começasse do zero”, apesar de assumir há “certamente muito para fazer”.

Paula Santos, do PCP, afirmou que “o ensino à distância não é solução” e que aquilo que deveria ter acontecido era a adoção de “medidas que permitissem o funcionamento das escolas”.

Os comunistas reiteram a importância de reforçar o número de professores e trabalhadores, apelando à urgência de “criar as condições para que se minimize os estragos” desta pandemia na aprendizagem dos alunos.

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