O Bastonário da Ordem do Médicos manifestou hoje apoio aos médicos “tarefeiros”, que considerou terem sido utilizados, nos últimos anos, de forma abusiva pelas unidades locais de saúde, afirmando que ninguém gosta de trabalhar a recibo verde em Portugal.
“Ao longo destes últimos anos, esta figura, esta utilização do meu ponto de vista da prestação de serviço, foi abusiva da parte das unidades locais de saúde hoje e dos hospitais, anteriormente”, afirmou Carlos Cortes.
O bastonário reuniu-se hoje com a Associação dos Médicos Prestadores de Serviços (AMPS) para debater a temática relativa a estes médicos, a qual surgiu após a aprovação, em Conselho de Ministros, do decreto-lei que vai regular a contratação destes clínicos prestadores de serviços para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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Questionado se é verdade que os médicos prestadores de serviço ganham mais nessa condição respondeu: “aquilo que preocupa a Ordem dos Médicos é o trabalho médico, é a qualidade do trabalho médico e é a capacidade de resposta do SNS”.
Todavia, o bastonário admitiu a necessidade de uma uniformização no pagamento do trabalho médico, através da integração dos médicos “tarefeiros” no SNS.
O bastonário defendeu “um levantamento daquilo que estes médicos fazem no país e que parte do Serviço Nacional de Saúde é sustentada pela prestação de serviço”.
“Eu tenho a certeza que quando alguém fizer esse levantamento vai ter aqui uma surpresa, porque muitos hospitais, muitos serviços deste país conseguem, são sustentáveis à custa dos prestadores de serviço. Há serviços deste país que só têm prestadores de serviço. Há determinadas atividades que são feitas nos hospitais em determinadas áreas que são feitas exclusivamente com a prestação de serviço”, assinalou.
Em causa está a regulamentação do trabalho médico em prestação de serviços aprovada pelo executivo no final de outubro, que pretende disciplinar os valores pagos a esses profissionais de saúde e que prevê um regime de incompatibilidades.
Com esta nova regulamentação, o Governo pretende minimizar as diferenças pagas entre os médicos que têm contrato com o SNS e os médicos que trabalham como prestadores de serviço, a maioria dos quais contratados à tarefa pelos hospitais para assegurarem as urgências.
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