Portugal
Basta inalar farinha e quase morre: A luta invisível de Carolina contra alergias mortais

Imagem: TVI
Carolina Rocha, conhecida por amigos e família como Kiki, tem apenas 16 anos, mas já carrega uma rotina de cuidados extremos devido a uma condição rara: sofre de alergias severas desde que nasceu. Ao longo da sua vida, já passou por mais de duas dezenas de episódios graves que exigiram assistência hospitalar. “Vivemos em constante alerta com ela”, desabafa a mãe, Cláudia Botelho.
A gravidade do caso é tal que basta a presença de partículas no ar — como a farinha do lanche de um colega — para desencadear reações alérgicas intensas. Os sintomas vão desde manchas e comichão até inchaços perigosos e choques anafiláticos, que podem colocar a sua vida em risco.
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Após anos de consultas, visitas às urgências e tratamentos que não surtiram efeito, a família descobriu que Kiki sofre de uma doença rara que está na origem das suas alergias. O diagnóstico trouxe algum alívio, mas também novos desafios. “Todos os dias lhe digo que a doença não a define”, afirma Cláudia, determinada em garantir que a filha vive para além das limitações impostas pela condição.
Kiki viu-se forçada a abdicar de uma das suas maiores paixões: o ballet. O risco de exposição a alergénios era demasiado elevado para garantir segurança nas aulas. Atualmente, a jovem segue um tratamento diário com imunoterapia e nunca sai de casa sem a sua medicação de emergência.
A condição de Kiki obrigou toda a família a adaptar-se. Em casa, apenas Cláudia também sofre de alergias — respiratórias e ao marisco —, mas todos tiveram de mudar hábitos e rotinas para garantir o bem-estar da adolescente.
No programa “Dois às 10”, da TVI, Kiki partilhou as dificuldades de viver com tantas restrições. Ir a um restaurante com amigos, por exemplo, exige uma logística cuidadosa para evitar qualquer tipo de contaminação. Apesar da maturidade com que enfrenta o problema, admite sentir-se limitada em muitos momentos.
Durante a entrevista, recordou com saudade os tempos em que podia partilhar chamuças com o avô, uma memória doce que contrasta com as limitações actuais. A esperança, contudo, reside nos avanços da medicina e nos tratamentos que está a realizar, que poderão trazer mais estabilidade à sua vida.
Kiki é um exemplo de resiliência: enfrenta um desafio diário invisível para muitos, mas real e perigoso para si. A sua história é também a de uma família que transforma o medo em força e o amor em escudo. Porque, como diz a mãe, “a doença não a define”.
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