Coimbra

Basilius vive! Sobral de Ceira rende-se ao legado do inesquecível mendigo das feiras medievais

Susana Brás | 1 hora atrás em 04-05-2025

O Centro Popular de Trabalhadores (CPT) de Sobral de Ceira, em celebração aos seus 50 anos de existência, prestou uma homenagem a uma das suas figuras mais emblemáticas: Joaquim Vieira Basílio, conhecido pelo seu icónico personagem, o “Mendigo Basilius”.

Assim na tarde deste domingo, 4 de maio, decorreu uma tertúlia, (Re) Lembrar Basílio, na sede do CPT, com uma exposição que reúne uma vasta coleção de textos, fotografias e figurinos, todos doados pela família de Joaquim Basílio à instituição que ele ajudou a fundar.

“Quim”, como era conhecido nesta aldeia de Ceira, foi o impulsionador da criação do CPT. “Reconhecido pela sua natureza revolucionária, foi fundamental para a concretização da associação, tomando a liderança da ocupação de um terreno e da construção de uma casa que, desde então, tem sido o ponto de partida para as várias atividades e projetos da instituição”, lembrou Lara Amado.

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A atual presidente do CPT, destacou que Basílio foi uma figura essencial para o surgimento da associação, reunindo amigos e companheiros que o ajudaram a concretizar a sua visão. A sua figura permanece viva no seio do CPT, sendo um símbolo de luta e perseverança.

“Foi-nos proposto participar na Feira Medieval, estávamos a cozinhar o que seria isso e lembrámo-nos de um mendigo. O Basílio foi quem encarnou essa personagem e foi um sucesso.”

A homenagem a Joaquim Basílio é também uma celebração do seu trabalho artístico e cultural, especialmente como “Mendigo Basilius”, um personagem criado por ele que se tornou um marco nas Feiras Medievais.

Em 1992, durante a primeira Feira Medieval de Coimbra, Basílio encarnou a figura de um mendigo da Idade Média, um papel que conquistou grande sucesso e popularidade. O “Mendigo Basilius” percorreu diversas localidades de Portugal, incluindo as ilhas, e também chegou a ser levado para a Europa, levando o nome de Sobral de Ceira e do CPT a muitos lugares. Esta personagem, que Basílio nunca deixou de representar, mesmo após seguir outros caminhos, tornou-se um símbolo da sua ligação ao CPT e à cultura popular.

Este espólio é uma verdadeira relíquia da história do CPT e da vida de Basílio, sendo agora preservado na sede da instituição.

Também presente na cerimónia, João Pedro Polónio, um dos filhos de Joaquim Basílio, partilhou o orgulho da família com a homenagem prestada:

“Ficámos todos, a família ficou toda orgulhosa. Ver tantas imagens e objetos pessoais agora expostos ao público tocou profundamente a família”.

Salientando que a “Câmara Municipal deveria, e ainda está a tempo, porque o tempo passa mas a memória perdura, de fazer uma homenagem para a cidade  perceber a dimensão do mendigo Basilius.”

Refira-se que a programação dos 50 anos do CPT estende-se por vários meses, com atividades culturais, desportivas e sociais. 

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