A emblemática barca serrana voltou a dar vida ao Parque Manuel Braga, num projeto das Águas de Coimbra que recupera um importante símbolo da história fluvial da cidade.
A nova embarcação, agora batizada de Rainha Santa, foi apresentada esta manhã, 4 de julho, num dia simbólico, no feriado municipal.
PUBLICIDADE
Alfeu Sá Marques, presidente do conselho de administração das Águas de Coimbra, esteve presente e destacou o significado da iniciativa. “Esta barca tem todo o sentido existir aqui, associada ao rio Mondego. Durante séculos, foi um meio de transporte essencial para o comércio, trazendo sal, carvão, produtos agrícolas e combustível, inclusive para os sistemas de elevação e geração de energia que abasteciam Coimbra”, explicou.
A recuperação da barca, que substitui uma anterior estrutura vandalizada e em risco de colapso, não é apenas um gesto de memória histórica, mas também um investimento com impacto social e ambiental. “É um transporte fluvial movido pelo vento ou pela força humana, portanto sustentável, e que representa uma economia local. A construção foi feita em Penacova, por artesãos que ainda produzem barcas e até moinhos de vento”, sublinhou Sá Marques.
A ligação da embarcação às Águas de Coimbra também tem raízes profundas. A empresa, antes de 2003, era responsável pelos serviços de água, energia e transportes da cidade. “É um património que queremos preservar. E quando se investe em cultura e conhecimento, não é despesa – é uma mais-valia para a cidade e para o país”, concluiu.














A Rainha Santa ficará agora exposta no Parque Manuel Braga, servindo como ponto de interesse cultural e turístico, além de reforçar a identidade ribeirinha de Coimbra.
Com este gesto simbólico no Dia da Cidade, Coimbra reafirma a importância de preservar a sua história e tradições, olhando para o futuro com sustentabilidade e memória.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, que marcou presença na inauguração, destacou a importância simbólica e cultural deste novo elemento no espaço público da cidade. O autarca classificou a instalação como “um passo significativo no embelezamento da cidade” e reforçou que este tipo de iniciativas são essenciais para preservar e valorizar a identidade coimbrã.
Com esta barca serrana, segundo José Manuel Silva, o munícipio está a “honrar a nossa cultura e o passado”, afirmou.
O presidente deixou ainda um apelo à comunidade:. Como é um bem de todos, as “pessoas devem respeitar e tratar bem”.
A embarcação, construída artesanalmente pela família Rodrigues de Penacova, nomeadamente por Paulo e Valdemar (filho e pai), e com ajuda de António presta homenagem ao legado fluvial da região e ao ofício tradicional dos barqueiros.
Em entrevista, os carpinteiros recordam que a ligação da sua família à barca serrana é antiga: “O meu avô já era barqueiro, fazia o transporte de milho, lenha, vinho, entre outros produtos. Era o meio de transporte da altura entre a serra e a cidade.” A tradição foi retomada em 2006, quando lhes foi lançado o desafio de construir uma primeira réplica da barca, que durante seis anos navegou no Açude em passeios turísticos.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
You must be logged in to post a comment.