Empresas

Bancos reduziram mais de 3.000 trabalhadores e fecharam 350 agências

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 28-07-2022

Os bancos que operam em Portugal reduziram mais de 3.000 trabalhadores e fecharam mais de 350 agências entre 2020 e 2021, em ambos os casos “os decréscimos mais acentuados desde 2016”, informou hoje o Banco de Portugal (BdP).

PUBLICIDADE

“O número de agências e o número de trabalhadores […] continuaram a evidenciar o ajustamento iniciado por volta de 2010, quer na atividade doméstica, quer na internacional”, refere o BdP na atualização das séries longas do sistema bancário português, hoje publicada.

Segundo o BdP, em 2021 havia um total de 58.859 trabalhadores nos bancos que operam em Portugal (considerando a atividade interna e externa), menos 3.027 do que em 2020 e o número mais baixo desde o início da série, em 1990.

PUBLICIDADE

Em Portugal trabalhavam 43.726 colaboradores em 2021, menos 2.163 do que os 45.889 de 2020 e também o número mais baixo desde o início da série. O valor mais alto foi atingido em 1995, com 61.885 trabalhadores.

Já à atividade externa dos bancos estavam afetos 15.133 trabalhadores no ano passado, contra 15.997 no ano anterior. É o valor mais baixo desde 2005.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

publicidade

Em termos de agências em Portugal, os bancos tinham 3.530 em 2021, menos 297 do que as 3.827 que existiam em 2020 e o valor mais baixo desde 1993 (ano em que havia 3.129 agências).

O maior número de balcões em Portugal foi atingido em 2010, com 6.453 balcões em Portugal.

Segundo a atualização das séries longas hoje divulgada pelo BdP, o setor bancário português manteve em 2021, pelo quarto ano consecutivo, resultados líquidos positivos.

Recordando que, “entre 2011 e 2017, a rendibilidade do setor tinha sido negativa, com exceção de 2015, ano em que foi virtualmente nula”, o banco central nota, contudo, que “os resultados verificados nos últimos quatro anos (entre 0% e 0,5% do ativo) estão abaixo dos observados antes do início da crise financeira internacional, em 2008 (entre 0,5 e 1% do ativo).

Em 2021, o rácio de crédito vencido voltou a diminuir (pelo sexto ano consecutivo), para níveis próximos dos observados antes de 2008.

Os dados do BdP apontam ainda que “os ativos do sistema bancário aumentaram 14% entre 2019 e 2021, refletindo, sobretudo, o crescimento das disponibilidades colocadas nos bancos centrais e dos empréstimos a clientes, num contexto de abundância de liquidez e de incentivos à manutenção de linhas de crédito”.

“Estes ativos aumentaram para 210% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2021 (182% do PIB em 2019 e 205% do PIB em 2020), invertendo a tendência de diminuição verificada entre 2012 e 2019”, detalha.

No que se refere aos sistemas de pagamentos, em 2021 os pagamentos de retalho em Portugal voltaram a crescer, após o decréscimo registado em 2020, em resultado da pandemia de covid-19.

Segundo o BdP, os dados hoje publicados revelam “um reforço das alterações ocorridas nas últimas duas décadas no que respeita à utilização dos diferentes instrumentos de pagamento: maior recurso aos meios eletrónicos — transferências, débitos diretos e operações baseadas em cartão —, em detrimento dos meios tradicionais — cheques, efeitos comerciais e letras —, cada vez menos utilizados”.

Já uma análise às operações baseadas em cartão mostra “um aumento do peso relativo das operações realizadas em ‘homebanking’ e das compras efetuadas, que incluem nomeadamente, as operações em terminais de pagamento automático e as compras ‘online’”.

“O peso relativo dos levantamentos e dos pagamentos realizados em caixas automáticos (‘Automated Teller Machine ‘— ATM) estabilizou”, refere, destacando “o grande peso da componente residual, na qual se incluem os pagamentos de baixo valor associados a portagens e estacionamentos e as transferências imediatas efetuadas com cartão”.

A próxima atualização das séries longas do sistema bancário português será feita pelo BdP no terceiro trimestre de 2023.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE