A candidata da coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN) afirmou hoje que pretende rever o processo de transformação do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em hotel para o compatibilizar com a bienal Anozero.
“Vou lutar para que a bienal se mantenha ali”, disse Ana Abrunhosa, que falava à agência Lusa antes da apresentação da comissão de honra, que decorreu na margem esquerda do rio Mondego, onde está o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Para a ex-ministra, era importante que aquele mosteiro fosse “um espaço de turismo em que a bienal fosse, de facto, a cereja no topo do bolo”.
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A candidata da coligação Avançar Coimbra disse que o projeto deveria ser “uma bienal com hotel” e não como agora está preconizado, “um hotel com bienal”, com um espaço reservado de apenas 600 metros quadrados para a realização da Anozero.
“[O processo] deve ser revisto e devemos até equacionar – para tornar o projeto hoteleiro mais atrativo – a possibilidade de se construir uma [nova] ala, uma vez que há lá pré-existências”, disse.
Ana Abrunhosa salientou ainda que a candidatura optou por fazer na margem esquerda a apresentação da comissão de honra para também dar visibilidade àquela zona da cidade.
“Frequentemente, ouvimos comerciantes, ouvimos empresas, ouvimos cidadãos que se sentem na margem esquerda. Isso, para mim, é sinónimo de que não se sentem parte da cidade”, notou.
Sobre o que fazer ali, a candidata apontou para a requalificação do Estádio Universitário e criação de uma “verdadeira faculdade do desporto”.
“Temos também espaço abandonado aqui na Guarda Inglesa, que pode ser usado para habitação, pode ser usado para escritórios. Podemos fazer uma ponte pedonal na continuidade da Via Central [do ‘metrobus’]. Temos uma margem esquerda maravilhosa, que tem sido descuidada totalmente”, disse.
Ana Abrunhosa falava antes da sessão de apresentação da comissão de honra, que decorreu nos jardins do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
A comissão de honra, presidida pelo médico João Paulo Almeida e Sousa, conta com 164 nomes, entre os quais pelo menos três nomes que saíram do movimento Somos Coimbra em 2020 (a advogada Filomena Girão, o docente Carlos Faro e o ex-reitor Fernando Seabra Santos), na altura em desacordo com a integração daquele movimento liderado por José Manuel Silva numa coligação encabeçada pelo PSD.
O antigo presidente da Câmara, Manuel Machado, o presidente da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, Álvaro Beleza, o presidente da Academia Nacional de Medicina, Duarte Nuno Vieira, o escritor Manuel Alegre, o cantor Pedro Abrunhosa e o constitucionalista Vital Moreira são outros dos nomes que integram a comissão.
Além de Ana Abrunhosa, são candidatos nas eleições de 12 de outubro o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/MPT/Volt); o vereador Francisco Queirós, pela CDU (coligação PCP/PEV); o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda; Maria Lencastre Portugal, pelo Chega; Sancho Antunes, pelo ADN; e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
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