A candidata da coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN) afirmou hoje que não teria aberto troço urbano do ‘metrobus’ enquanto não estivesse pronta a ligação à Lousã e Miranda do Corvo, acusando o executivo e Governo de medida eleitoralista.
“Eu não teria aberto. Eu, no lugar do senhor presidente [da Câmara de Coimbra], jamais teria aberto um troço urbano enquanto o troço suburbano não estivesse aberto”, disse Ana Abrunhosa, que falava aos jornalistas depois de uma viagem no ‘metrobus’ (autocarros elétricos articulados em via dedicada), numa parte do traçado que abriu de forma preliminar em setembro.
A ex-ministra acusou o Governo de pressionar, de forma consertada com o município, a Metro Mondego (entidade que gere a operação) para arrancar com a operação preliminar entre o Vale das Flores e a Portagem.
“Não somos anjinhos. Eu própria já estive no Governo e sei como estas coisas funcionam”, vincou.
Para a cabeça de lista da coligação, não havia tanta urgência no arranque desta operação.
“Nós em Coimbra temos os SMTUC [Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra], nós já temos transporte público. Essas populações é que não têm transporte público”, disse, fazendo referência à Lousã e Miranda do Corvo que viram o ramal ferroviário fechar, sendo assegurado desde então um serviço de transportes alternativos com autocarros.
A candidata considerou que se desviaram esforços “para este troço, quando o tempo e os recursos deviam estar concentrados no troço suburbano”.
Segundo o presidente da Metro Mondego, o troço suburbano não foi aberto por ainda aguardar que seja certificado o sistema de sinalização, sendo exigido um licenciamento específico por, nessa secção, o ‘metrobus’ circular em via única, ao contrário do que acontece na cidade de Coimbra.
Ana Abrunhosa recordou ainda que este projeto foi lançado durante o Governo de António Costa (PS), criticando o atual presidente da Câmara por se apropriar do que há de bom naquele investimento e atirar o que corre mal “para a Metro Mondego”.
A ex-ministra criticou ainda “o trânsito caótico” em Coimbra face às obras do ‘metrobus’, que considerou terem sido mal geridas pelo atual executivo, com várias “vias esventradas ao mesmo tempo”.
Sobre a gestão das empreitadas, a candidata notou ainda que a intervenção na Cruz de Celas estava “prevista para esta fase”, acusando o atual executivo de a adiar, face aos transtornos que causaria nesta altura.
“Por motivos eleitorais, já pode parar a obra”, notou.
Além de Ana Abrunhosa, são candidatos nas eleições de 12 de outubro o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/MPT/Volt); o vereador Francisco Queirós, pela CDU (PCP/PEV); o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda; Maria Lencastre Portugal, pelo Chega; Sancho Antunes, pelo ADN; e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
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