Autárquicas

Presidente do PSD com o mesmo discurso da serra ao mar de Coimbra

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 10-09-2021

O que têm as cidades de Oliveira do Hospital, Coimbra e Figueira da Foz em comum para que o presidente do PSD as escolhesse para visitar no dia em que anunciou, repetidamente da serra ao mar, que já existe proposta de lei para trazer o Tribunal Constitucional para Coimbra?

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Se pensarmos nas realidades partidárias, são três câmaras socialistas em que o apoio dos atores social-democratas nacionais poderiam ajudar a dar um impulso nas candidaturas da atual oposição. 

O Notícias de Coimbra acompanhou hoje Rui Rio com os três candidatos aos três concelhos da Região de Coimbra.

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Em Oliveira do Hospital, o presidente do PSD chegou com mais de quarenta minutos de atraso à sede de campanha, onde esperavam cerca de vinte pessoas com bandeiras do partido. A candidatura liderada por Francisco Rodrigues, cabeça de lista à Câmara, e Francisco Rodrigues dos Santos, número 1  à Assembleia Municipal, escolheu a Rua do Colégio para começar a arruada.

No entra e sai de loja em loja, José Brito, comerciante num minimercado chamou a atenção de Rui Rio para o inacabado IC6 e acessibilidades ao concelho. “Demoramos mais de Oliveira até ao IC6, do que dali a Coimbra” – desabafou recordando que a capital do distrito fica a cerca de uma hora de viagem daquela cidade da Beira Serra. 

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Admitindo desconhecer aquela realidade, o presidente do PSD alvitrou que os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência estão a ser sobre dimensionados pelo Primeiro-Ministro, mas que ainda assim não vêm resolver casos como o das acessibilidades do interior.

No roteiro das visitas às lojas de duas ruas da cidade ficaram inscritas visitas a cafés, lojas de roupa, imobiliárias e até uma entrada numa agência funerária.

Com “salgados de chouriço de Oliveira do Hospital” pontuou-se a visita com um momento de esplanada com o candidato local, que, como constatou o NDC, aproveitou o momento de certa intimidade com o líder nacional para lhe explicar de onde vem, para onde vai  para onde deveria ir o tal IC6. “Está a ver a A25…”

Declarações dadas às televisões antes dos noticiários das 13:00,  com o discurso estudado e mais uma ou outra pergunta enviada da capital, lá foram terminar a ação de rua por mais dois estabelecimentos.

Em Coimbra, nem uma bandeira do PSD, nem de partido algum. Mais um atraso, desta vez a resvalar para a hora inteira, Rui Rio chegou à  Portagem onde era esperado por cerca de meia centena de apoiantes  “coligados” com camisolas e bandeiras do Juntos Somos Coimbra, entre eles o candidato à Câmara, José Manuel Silva.

Cingindo a visita às duas ruas nobres da baixa de Coimbra, a Juventude Social Democrata fez-se ouvir com o já conhecido: “é jota, é dê, é jota esse dê”. Minutos depois ouvia-se um tímido: “Coimbra, Coimbra…” que tem sido o “grito” da coligação dos sete partidos.

Um músico silencioso numa ombreira de porta da Ferreira Borges não passou despercebido aos focos das objectivas, mas foi como se não existisse para todos os elementos da comitiva.  

Mais uns passos e duas ou três lojas a seguir, a paragem foi na esplanada do Café Santa Cruz, onde mais uma vez Rui Rio confidenciou com o candidato local durante cerca de um quarto de hora. À espera estava uma dezena de jornalistas, porque a persona do dia prometera dar novamente declarações e pela última vez.

E pasme-se que as tão aguardadas declarações à imprensa foram as mesmas dadas de manhã, com enfoque no Tribunal Constitucional a caminho de Coimbra. O Notícias de Coimbra perguntou se o TC era a solução da candidatura para os problemas da cidade, mas a resposta foi circular e repetiu-se a retórica da proposta de lei.

Na Figueira da Foz, depois da correria pela A14,  os cerca de trinta apoiantes deram cor a mais uma ação de rua, também com atraso horário, mas desta vez com o regresso das bandeiras do PSD. Na praia da claridade, também apareceu a carrinha-palco cor-de-laranja, que estacionou na praça junto à Câmara Municipal, logo a seguir à sede da candidatura de Pedro Santana Lopes, que colocara um carro de campanha com música à porta. 

Agora acompanhado por Pedro Machado, Rui Rio foi conduzido não pelo candidato mas por um militante local que conhece os lojistas. “Deixem-me apresentar-lhes o Dr. Rui Rio e o Dr. Pedro Machado” – disse a um grupo de idosos que pouca conversa retribuiu.

Ao sair de um café, um jovem empunhando um telemóvel dirigiu-se a Rui Rio e pediu-lhe que intercedesse pelas três praias do sul da Figueira da Foz. “Nem precisa de lá ir. Estão a gastar milhões e está tudo assim…” – disse o rapaz de cerca de vinte anos ao mostrar imagens que tinha no aparelho.

Porque não há dia de campanha sem subir a palco, lá se juntaram as cerca de trinta pessoas para ouvir  o discurso de Rui Rio. Mas a “cassete” era a mesma, o Tribunal Constitucional em Coimbra…ali a 50 quilómetros noutro concelho.

No fim do dia, a comitiva do PSD foi surpreendida pelo próprio Tribunal Constitucional que considerou improcedentes os recursos do partido para invalidar a candidatura de Pedro Santana Lopes.  

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