Justiça

Autárquicas reforçaram PSD mas PS conseguiu manter-se à tona em 2025

Notícias de Coimbra | 16 minutos atrás em 14-12-2025

As eleições autárquicas alteraram o mapa do poder local no país, com a vitória do PSD em maior número de municípios, embora o PS tenha resistido como o segundo partido autárquico, após a hecatombe nas legislativas realizadas em maio.

O PSD saiu reforçado a 12 de outubro e voltou a ser “o maior partido no poder local”, com mais votos, mais mandatos, mais presidentes de junta e de câmara, o que lhe permite voltar a liderar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que tinha perdido em 2013, e a Associação Nacional de Freguesias (Anafre).

O partido, que nas suas mais recentes vitórias autárquicas (em 2001, 2005 e 2009) estava na oposição no parlamento, mantém-se como o primeiro partido autárquico numa altura em que governa o país, tem mais deputados na Assembleia da República e lidera também os Governos Regionais na Madeira e nos Açores.

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Sozinho e em coligação, o PSD venceu em 136 câmaras, em 109 delas com maioria absoluta, contra 128 do PS (101 com maioria absoluta). Em 2021, tinha conseguido 114, contra 149 dos socialistas.

Os social-democratas perderam capitais de distrito em relação há quatro anos (lideram agora sete, contra nove em 2021) e ficaram sem os bastiões de Bragança e de Viseu, além de executivos como Coimbra e Faro. Em contrapartida, ganharam Beja pela primeira vez e recuperaram o Porto, mantendo Aveiro, Braga, Lisboa, Portalegre e Santarém.

O PS, além de perder a liderança da ANMP e da Anafre, voltou a falhar o objetivo de conquistar Lisboa e Porto, mas ficou a uma grande distância das restantes forças e conseguiu conquistar capitais de distrito ao PSD, como Faro, Coimbra, Bragança e Viseu, além da conquista de Évora à CDU (PCP/PEV).

As eleições ditaram o pior resultado de sempre para a CDU, que, das 19 câmaras que tinha conquistado em 2021, passou para 12 e perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal, embora conquistando novamente Montemor-o-Novo, Mora, Sines e Aljustrel.

Já o CDS manteve as suas seis câmaras, além de ter conseguido ainda a presidência de Mêda (distrito da Guarda), numa lista com o PSD.

O Chega, partido que foi às suas segundas autárquicas e sem grande implantação local, ficou aquém dos objetivos estabelecidos pelo líder, André Ventura, que apontou para uma vitória em cerca de 30 municípios.

Nestas eleições, que têm uma dinâmica diferente da das legislativas, mais assente em figuras próximas e de notoriedade local, o Chega apenas venceu em São Vicente (Madeira), em Albufeira (no Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém), em nenhuma com maioria absoluta, mas nos próximos quatro anos estas autarquias podem representar um teste à sua capacidade de governança.

Os grupos de cidadãos conseguiram a presidência de 20 executivos, mais um do que 2021, entre as quais o bastião comunista de Setúbal.

O Nós, Cidadãos! voltou a ganhar câmaras: a de Belmonte, roubada ao PS, e a da Guarda, onde foi eleito o mesmo presidente, agora por este partido (em 2021 tinha sido eleito por um movimento independente).

Coligações que juntam PSD, CDS-PP e outros partidos ficaram à frente em seis (Lisboa, Sintra, Gaia, Porto, Braga e Cascais) dos 10 maiores concelhos em número de habitantes, e o PS venceu nos restantes quatro (Loures, Almada, Amadora e Matosinhos).

Quarenta e oito mulheres foram eleitas presidentes de câmara, número que quase duplicou em relação às anteriores autárquicas, mas que continua longe do limiar de paridade fixado na lei, com exceção dos Açores.

Setenta das 308 câmaras mudaram de cor e sete mudaram pela primeira vez de partido político desde as primeiras autárquicas, sendo ainda 17 os concelhos portugueses onde a força que preside ao executivo nunca foi alterada.

O Chega aumentou a votação nos 12 concelhos com maior número de residentes estrangeiros, nove deles na Área Metropolitana de Lisboa, enquanto a CDU perdeu eleitores nos mesmos municípios, comparativamente a 2021.

Nestas autárquicas decorreu a desagregação formal de 135 uniões para repor 302 das freguesias agregadas pela reforma administrativa de 2012.

Após meses em que comissões de extinção discriminaram os bens, trabalhadores, direitos e obrigações de cada uma das freguesias a desagregar, estão agora a funcionar comissões instaladoras para assegurar o funcionamento de cada uma destas autarquias.

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