Descoberto apenas dois dias depois de passar próximo à Terra, o asteroide 2024 YR4, com cerca de 60 metros de diâmetro, inicialmente causou preocupação ao apresentar uma probabilidade de 3% de colisão com nosso planeta em dezembro de 2032.
Após observações globais e uso do Telescópio Espacial James Webb, a Agência Espacial Europeia (ESA) descartou o risco de impacto terrestre em março de 2025. Contudo, um novo cenário emergiu: 4% de chance de colisão com a Lua.
O atraso na detecção do 2024 YR4 se deve à sua aproximação vinda da direção do Sol — uma área que telescópios terrestres não conseguem monitorar devido ao intenso brilho solar. Essa vulnerabilidade ficou evidente desde o meteoro de Chelyabinsk, em 2013, que surpreendeu cientistas e população.
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Para resolver essa falha, a ESA está desenvolvendo o telescópio espacial NEOMIR, previsto para lançamento na década de 2030. Posicionado entre Terra e Sol, equipado com sensores infravermelhos, o NEOMIR permitirá detectar asteroides em regiões de difícil visualização, possibilitando alertas antecipados. Simulações indicam que, com o NEOMIR em operação, o 2024 YR4 teria sido identificado um mês antes da descoberta atual.
Embora a chance de impacto lunar seja baixa, a colisão pode acontecer — a decisão só será confirmada em junho de 2028, quando o asteroide poderá ser novamente observado. Caso atinja a Lua, o evento será visível da Terra e poderá criar uma nova cratera, um fenômeno raro que interessa cientistas.
Segundo Richard Moissl, chefe do Gabinete de Defesa Planetária da ESA, “um impacto deste tipo é extremamente raro, e sabermos que pode acontecer torna-o ainda mais especial”. O impacto não representa risco para a Terra, mas ressalta a importância de monitorar objetos próximos à Lua, especialmente com planos de exploração lunar em expansão, pode ler-se na Forever Young.
Ao contrário da Terra, a Lua não tem atmosfera protetora, tornando sua superfície vulnerável até mesmo a pequenos objetos — um risco para futuras missões e estruturas.
O caso 2024 YR4 reforça a necessidade de vigilância contínua do espaço, especialmente dos asteroides que chegam sorrateiramente “pela porta dos fundos” do céu iluminado pelo Sol.
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