Desporto

Associação de árbitros denuncia “pressão” e quer reunir com FPF, Liga e Governo

Notícias de Coimbra | 15 minutos atrás em 04-11-2025

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) quer acabar com a “pressão e intimidação” sobre os ‘juízes’ e informou hoje que vai pedir reuniões “urgentes” à federação, Liga de clubes e Governo, na sequência do FC Porto-Sporting de Braga.

“Chegou a hora de dizer basta. O futebol português tem de pôr fim à pressão e à intimidação sobre os árbitros, não pode continuar a viver mergulhado num clima de medo e suspeição. Desde há muito que registamos uma escalada no número de episódios de pressão sobre os árbitros, com o mais recente a registar-se no jogo FC Porto–SC Braga”, lê-se no comunicado de imprensa da APAF.

Em causa está a acusação de uma alegada tentativa de coação à equipa de arbitragem por parte dos portistas, descrita no relatório do árbitro Fábio Veríssimo do jogo de domingo entre FC Porto e Sporting de Braga, que os ‘dragões’ venceram por 2-1, para a I Liga, considerada pela entidade como “mais um episódio de desrespeito e impunidade” no futebol em Portugal.

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“O atual clima no futebol português é insustentável e exige investigações céleres e decisões verdadeiramente efetivas, bem como o envolvimento do setor da arbitragem nas inevitáveis alterações regulamentares que se exigem já para a próxima época. Dia após dia, assistimos a ataques públicos, campanhas de difamação e discursos inflamados contra a arbitragem, na maior parte das vezes promovidos por quem deveria dar o exemplo”, acrescentou a APAF.

Segundo o relato de Fábio Veríssimo, durante o intervalo do encontro da 10.ª jornada da I Liga, disputado no Estádio do Dragão, o árbitro deparou-se com um televisor a passar repetidamente, sem possibilidade de ser desligado, alguns lances do primeiro tempo dessa partida.

“Perante esta cultura de intimidação, a arbitragem não pode ficar em silêncio e está preparada para pugnar, por todos os meios, por medidas concretas que garantam a proteção do setor contra as sucessivas faltas de respeito de quem deveria ter a missão de proteger o jogo e todos os seus protagonistas”, vincou a associação.

A APAF revelou ainda que vai solicitar reuniões, com “carácter urgente”, junto da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e do Governo para “exigir ter parte ativa” nas alterações regulamentares necessárias.

“Perante a gravidade dos factos ocorridos, exigimos que as entidades competentes atuem de imediato, com transparência total, e que sejam aplicadas medidas exemplares a todos os envolvidos”, assinalou, garantindo que não vai aceitar “investigações morosas, silêncios cúmplices nem decisões meramente políticas”, e reforçando que “o atual clima no futebol português é tóxico e insustentável”.

De acordo com a entidade liderada por José Borges, não é possível “continuar a querer resolver os problemas do futebol português com regulamentos que, aprovados pelos clubes, são incapazes de punir com eficácia, e de forma exemplar, comportamentos inadmissíveis no futebol moderno”.

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