Economia

Associação contra proibição de venda de álcool no retalho e de consumo nas esplanadas

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 28-09-2020

A Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV)afirmou hoje estar contra a proibição de venda de bebidas alcoólicas no retalho depois das 20:00 e do consumo nas esplanadas, medidas que considera discriminatórias e sem evidência científica.

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“A ACIBEV compreende a medida decretada pelo Governo, em março de 2020, de proibir o consumo de bebidas alcoólicas na via pública, por a mesma potenciar o convívio e a violação da regra do distanciamento social, em especial no verão, exigida pela pandemia”, indica, em comunicado, a associação.

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No entanto, não entende qual a justificação para a proibição da venda de bebidas alcoólicas, depois das 20:00, nos estabelecimentos de retalho, como supermercados e hipermercados.

Da mesma forma, a ACIBEV está contra o facto de esta medida ser alargada às esplanadas, sublinhando que o objetivo destas decisões não é o combate à pandemia de covid-19, mas a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas.

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“A ACIBEV não pode aceitar que, com a justificação da pandemia, se continuem a manter medidas discriminatórias, cuja evidência não está comprovada e que transmitem uma mensagem de saúde errada à população”, salienta.

Em declarações à Lusa, a diretora executiva da ACIBEV destacou que, apesar de as vendas de vinho no retalho terem aumentado 8% no primeiro semestre, a associação está “contra o precedente” de pôr em prática medidas que não têm uma evidência científica, podendo levar os consumidores a ter atitudes contrárias.

“Em Portugal, temos um consumo de vinho muito associado às refeições e à dieta mediterrânea. Não faz sentido as pessoas poderem comprar o seu jantar no supermercado depois das 20:00, mas não poderem comprar uma garrafa de vinho […] ou poderem estar numa esplanada a beber uma água e não poderem beber álcool”, exemplificou Ana Isabel Alves.

Esta responsável explicou ainda que, até ao momento, a associação tinha optado por manter-se em silêncio porque não queria parecer que estava contra o combate à pandemia, notando que vai transmitir as preocupações do setor numa audiência com o secretário de Estado da Agricultura, Nuno Russo, em 08 de outubro.

A ACIBEV adianta, no documento, que o vinho, à semelhança dos outros setores económicos, está a sofrer as consequências da pandemia, nomeadamente com o encerramento dos restaurantes e diminuição do turismo, garantindo que está disponível “para colaborar em todas as políticas e medidas que visem acautelar a saúde pública”.

Esta associação empresarial foi criada em 1975 e os seus associados têm um volume de negócios anual de mais de 600 milhões de euros, sendo 60% destes gerados através da exportação, segundo dados disponíveis no ‘site’ da ACIBEV.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.957 pessoas dos 74.029 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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