Coimbra

Assim Coimbra vai Indo pelo Cano

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 07-10-2013

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Uma parte dos credores da Associação Comercial e Industrial de Coimbra não acreditam no futuro da instituição,  pelo que o administrador Judicial (nomeado no âmbito do Processo Especial de Revitalização – PER) e a  direcção da ACIC requereram a insolvência da instituição que chegou a representar milhares de comerciantes, esperando-se agora a decisão do 5º Juízo Cível de Coimbra, que levará, de uma forma ou de outra,  à “falência” da entidade.

Credores contactados por NDC, que não quiseram ser identificados por temerem eventuais represálias, não entendem que o presidente da ACIC teime em dar um passo em frente em direcção ao vazio anunciado, mostrando-se indignados pelo facto de Paulo Ramos ter a ousadia de pedir às autoridades para que seja ele a a administrar o que alegadamente restará da massa da associação. (Faz lembrar o conturbado processo de falência do União de Coimbra, mas os contornos são bem mais evidentes, recorda um dos contactados pela nossa redacção). “Só se estranha que ninguém tenha tido coragem de recorrer ao protocolo entre a Servilusa e a ACIC para fazer o “funeral” da centenária instituição”, ironizou outro a quem a ACIC deve muito diheiro.

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Recordamos que Notícias de Coimbra divulgou a  Lista de créditos sobre a “comatosa”  ACIC, apurados no âmbito do Processo Especial de Revitalização, numa altura em que havia quem acreditasse que existia vida para além da “morte” da “falida” instituição.

O “buraco” é de uns 5 000 000.00 de Euros! Nem se salvam os prédios da Relvinha e Sá da Bandeira, que se encontram hipotecados pelas  Finanças e Segurança Social,  entre outros, pelo que desde logo se percebeu que a maioria dos credores teria muita dificuldade em reaver os valores que reclamam, pelo que não se entendem as declarações prestadas na última semana por Paulo Mendes aos sempre queridos diários da cidade, prometendo solucionar em 30 dias  o que não soube solucionar durante anos.

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Nunca é tarde para lembrar que, apesar deste cenário de verdadeiro caos financeiro, que há muito é conhecimento geral de todos os poderes da cidade, a Câmara Municipal de Coimbra decidiu, numa das últimas reuniões do executivo,  financiar a  Associação Comercial  e Industrial de Coimbra para a instalação  de algo entre o cowork e o business center, com o objectivo de criar “um ninho de empresas” nas hipotecadas instalações da Sá da Bandeira, bem como suportar a realização do Concurso de Vinhos ACIC, que  agora parece ser a principal actividade do antigo grémio.

De resto, a  cereja no topo do bolo desta estranhas decisões de  Barbosa de Melo foi a nomeação do representante da ACIC, o seu presidente Paulo Mendes,  para a presidência do Conselho de Administração da Coimbra Inovação Parque S.A (iParque).

A intervencionada Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Coimbra é maior credora da associação com sede na Sá da Bandeira. A ACIC deve-lhe  € 1 466 803,49. (A par da Académica e de empresas de alguns dos seus dirigentes e de vários parceiros, a ACIC é uma das “responsáveis” pela intervenção da Caixa Central na instituição com sede na Rua João Machado,  obrigada a “controlar”  Luís Patrício, que até então assumia a presidência da direcção do “banco dos agricultores”). Na lista de instituições bancárias que financiaram a representante de cada vez menos comerciantes do distrito, encontramos a Caixa Geral de Depósitos: € 374 950,42, o Montepio Geral: € 226 683,65 e o Millennium BCP: € 109 246,89. São mais de dois milhões de Euros!

Na lista de credores constam várias empresas e pessoas que gravitam no universo da ACIC. Paulo Mendes, presidente da Direcção, terá  a  direito a € 25 822,07  e a Jorge Mendes, Lda pretende cobrar 7 327,52 Euros. Mas há outros “directores” e “dirigentes” e “colaboradores” a reclamar créditos: São os  casos de António Martins: € 87 043,51, Rute Marinho, antiga  secretária geral (conhecida nos bastidores como a generala): € 45 661,96, Ferreira Ramos: €20 000.00 e Lino Romão: €42 907, 18. A Dilufrio, do Vice-Presidente Luís Teixeira, quer receber € 21 066,54 e  a participada  e inactiva ExpoCoimbra reclama € 115 75,09.

Notícias de Coimbra sabe que a centenária caloteira deve ainda vários milhares de Euros a seus ex-funcionários e colaboradores, com quem   tem acordado um plano de pagamentos, que na maioria dos casos não está a ser cumprido.

Como não podia deixar de ser, existem muitos de fornecedores de bens e serviços que querem cobrar o que venderam,  entre os quais encontramos alguns parceiros da ACIC, onde se destacam a Associação Empresarial Portuguesa: € 209 803,35, a  JetSantd: € 57 504,00, a Foconsultores: 917 830,24 ou a JADRC: € 96 602,31.

A Segurança Social com  €145 171,04,  a Autoridade Tributária com € 95 109,11 ou o Fundo Social Europeu com 44 874,03 Euros são algumas das instituições que constam do rol de mais de uma centena de credores privados e públicos.

Há  pessoas e empresas de vários sectores a reclamar pagamentos, onde se destacam os CTT, EDP, Águas de Coimbra,  Fundo Social Europeu, AEMITEQ, Conselho Empresarial do Centro, APCER, Dueceira, Europarque e  APQ.

Na área da comunicação social encontramos mais de uma dezena de sociedades que andaram a promover a ACIC, sem que tenham conseguido obter o respectivo  de pagamento.  A  FIG: € 54 939,76, o Diário de Coimbra: € 35 346, 98, a Regivoz – Campeão das Províncias:  € 2743,50,  a  António de Sousa (O Despertar) : € 925, 55, a Medinforma (Revista  C) : € 907.oo ou a Folha de Santa Clara: € 300.00 são algumas das empresas que pretendem cobrar os serviços prestados.

O Processo Especial de Revitalização (PER), criado no âmbito do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas  (CIRE),  é um processo especial que se destina a permitir a qualquer devedor que, comprovadamente, se  encontre em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente,  mas que ainda seja susceptível de recuperação, estabelecer negociações com os respetivos  credores de modo a concluir com estes acordo conducente à sua revitalização económica,  facultando-lhe a possibilidade de se manter ativo no giro comercial, o que acaba de ser rejeitado, pelo que a insolvência é inevitável.

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