Justiça
“Assassino!”: Mãe de Mónica confronta Valente no tribunal. Família quer pena máxima

Imagem: Facebook
O julgamento de Fernando Valente, suspeito do homicídio de Mónica Silva, a mulher grávida desaparecida na Murtosa, prossegue esta quarta-feira, 21 de maio, no Tribunal de Aveiro, com a audição de novos testemunhos, entre os quais a irmã gémea da vítima e o pai, que exigem justiça e pedem a pena máxima de 25 anos de prisão para o arguido.
Segundo o Jornal de Notícias (JN), Alfredo Silva e Sara Silva, pai e irmã da vítima, manifestaram, à saída do tribunal, que apenas a pena máxima poderá fazer justiça ao que aconteceu com Mónica. Ambos recusaram, no entanto, prestar mais declarações antes de deporem formalmente em tribunal. Ainda assim, fizeram questão de enaltecer o trabalho desenvolvido pela Polícia Judiciária na investigação do caso.
O julgamento, que decorre à porta fechada, continua a revelar detalhes do processo. Conforme avança o Notícias ao Minuto, no segundo dia de audiência foi ouvido o inspetor da PJ responsável pela investigação. Já no primeiro dia, o próprio arguido prestou declarações ao coletivo de juízes e jurados, negando todas as acusações. Fernando Valente reiterou que não é o pai do bebé e garantiu que não manteve qualquer contacto físico com Mónica desde janeiro de 2023, afirmando que, desde então, apenas comunicavam virtualmente.
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No entanto, de acordo com o JN, o depoimento gravado do filho mais novo da vítima, agora com 13 anos, contraria a versão do arguido. O jovem recordou que a mãe falava frequentemente com Fernando Valente e que ouviu conversas e trocas de mensagens entre ambos, não tendo conhecimento de qualquer outro relacionamento amoroso da progenitora.
Fernando Valente, empresário e economista de 37 anos, está acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação. Segundo a acusação, terá assassinado Mónica Silva a 3 de outubro de 2023, no seu apartamento na Torreira, para evitar que lhe fosse imputada a paternidade e para beneficiar do património da vítima. Terá, depois, ocultado o corpo, que permanece desaparecido até hoje.
Na passada terça-feira, 20 de maio, o ambiente à porta do tribunal aqueceu quando a mãe de Mónica tentou aproximar-se do arguido enquanto este era transportado pela PSP, gritando “assassino”. A ação foi travada pelos agentes de segurança no local.
O julgamento, que está a decorrer com tribunal de júri composto por três juízes de carreira e oito jurados, continuará com sessões nos dias 22, 23, 26 e 27 de maio.
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