Economia

As redes sociais já não mandam tanto? Consumidores travam nas compras por impulso

Notícias de Coimbra | 26 minutos atrás em 27-11-2025

Os consumidores europeus estão mais prudentes nas compras impulsivas, especialmente com a aproximação da Black Friday. A conclusão é do European Consumer Payment Report 2025, da Intrum, que mostra uma mudança clara nos hábitos de consumo e uma maior preocupação com a gestão do orçamento.

De acordo com o relatório, apenas 30% dos europeus dizem fazer mais compras por impulso do que há dois anos. No estudo do ano passado, esse valor chegava aos 45%, o que revela uma redução significativa. A inflação, o aumento do custo de vida e as taxas de juro mais elevadas são alguns dos fatores que podem estar a levar as famílias a repensar gastos e a planear melhor as despesas.

Em Portugal, o comportamento acompanha o cenário europeu. Apesar de o comércio eletrónico continuar a facilitar decisões espontâneas, apenas 32% dos portugueses afirmam comprar mais impulsivamente online do que há dois anos — uma quebra face aos 43% registados em 2024. Esta mudança pode também refletir uma maior consciência sobre práticas de consumo mais responsáveis.

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As redes sociais, embora continuem a influenciar decisões de compra, parecem estar a perder força. Tanto na Europa como em Portugal, 34% dos consumidores admitem ter feito compras por impulso depois de verem publicidade nas plataformas. Ainda assim, 70% dos europeus (e 76% dos portugueses) acreditam que estes conteúdos criam expectativas financeiras pouco realistas.

O relatório destaca também o aumento da popularidade das opções “compre agora, pague depois” (BNPL). 28% dos consumidores europeus e 31% dos portugueses assumem estar mais inclinados a comprar quando esta modalidade está disponível. Embora possa ser útil na gestão do orçamento, a Intrum alerta que o recurso ao BNPL para despesas não essenciais pode aumentar o risco de endividamento.

Perante este panorama, a Intrum sublinha a importância de planear as compras da Black Friday, fazer listas de necessidades reais e evitar recorrer a crédito para adquirir produtos supérfluos.

“A Black Friday deve ser encarada como uma oportunidade para poupar de forma consciente e não como um incentivo ao consumo desenfreado”, afirma Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal. “Com o uso responsável do crédito e a adoção de práticas de consumo consciente, é possível evitar o endividamento excessivo e garantir um futuro financeiro mais saudável.”

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