Coimbra

Arquivo do centro audiovisual Max Stahl de Timor-Leste na Universidade de Coimbra

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 21-02-2019

Arquivo do centro audiovisual O arquivo do Centro Audiovisual Max Stahl de Timor-Leste (CAMSTL), funcionando como réplica sincronizada do arquivo original de Díli, já está instalado na Universidade de Coimbra e acessível através da internet.

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Com mais de cinco mil horas de material vídeo, aumentando a um ritmo de cerca de 400 horas por ano, o repositório incluiu “imagens históricas, que mudaram o destino de uma nação, numa coleção inscrita pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] no registo da Memória do Mundo em 2013”, como sublinhou Max Stahl, na sessão de apresentação do arquivo, hoje na Universidade de Coimbra (UC).

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Do “vasto e importante” registo audiovisual fazem parte designadamente momentos-chave da história de Timor-Leste, como o massacre de Santa Cruz que, em 1991, mudou o curso da história do país e o tornou na “primeira nação a libertar-se através do poder das imagens”.

De acordo com a UNESCO, Timor-Leste é a primeira nação na história a alcançar a sua independência através do poder das imagens audiovisuais que chegaram à comunidade internacional.

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É essencial preservar e enriquecer todo este espólio, que, além de “um trabalho permanente, até à eternidade”, exige “suporte financeiro” e muito conhecimento e capacidade tecnológica”, acrescentou o jornalista britânico, que filmou o massacre de Santa Cruz (cujas imagens conseguiu fazer passar para o exterior do território) e criador do arquivo do centro com o seu nome.

A disponibilização do espólio do CAMSTL pela Universidade de Coimbra, que resulta de uma parceria estabelecida entre as duas entidades em dezembro de 2016, implicou um trabalho de ordem técnica “muito exigente e complexo”, referiu o vice-reitor da UC Joaquim Ramos de Carvalho, destacando que, além da disponibilização do arquivo, importa preservá-lo e enriquecê-lo, para que possa fazer parte de novas investigações e projetos educacionais.

Para a encarregada de Negócios da Embaixada de Timor-Leste em Portugal, Maria de Lourdes de Sousa, este arquivo “pode servir como referência para se escrever a história de Timor-Leste – ainda mais para os nossos conterrâneos a estudar” na UC.

Agradecendo “o interesse e o esforço da Universidade de Coimbra e de Max Stahl na preservação deste arquivo”, Maria de Lourdes de Sousa disse que “é um orgulho ter um irmão assim para o povo timorense”.

Orgulho é também para a Universidade de Coimbra “estar a desempenhar um pequeno mas importante papel na preservação deste arquivo e na participação na escrita da história de Timor-Leste”, sustentou o reitor João Gabriel Silva, que está a terminar o segundo mandato de reitor (o sucessor, Amílcar Falcão, atual vice-reitor, toma posse dia 01 de março).

“Na verdade, o que estamos a fazer com este arquivo é construir uma história comum, com um povo com quem nós portugueses sentimos tanta profundidade. [Embora esteja de saída do cargo de reitor] não tenho dúvidas de que a UC continuará profundamente empenhada no desenvolvimento e preservação deste arquivo”, concluiu.

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