O incêndio que assola o concelho de Arganil tornou-se ainda mais perigoso esta quarta-feira, 13 de agosto, após a rotação dos ventos, que gerou uma nova frente de fogo em direção às aldeias de Malhada Chã e da zona de Tojo.
Em declarações no posto de comando em Monte Frio, Luís Paulo Costa, Presidente da Câmara Municipal de Arganil, explicou que “o pior aconteceu depois do almoço. A rotação dos ventos colocou um novo desafio aos bombeiros, porque provocou alteração do direcionamento do fogo. Neste momento, há uma frente ativa em direção às aldeias de Malhada Chã e de Tojo, que suscita mais um nível de preocupação.”
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O responsável detalhou ainda o trabalho de evacuação: “Este trabalho tem estado muito articulado pela GNR e pela Proteção Civil. Em algumas aldeias, como Foz d’Égua, Chãs d’Égua, Sobral Gordo e Porto Silvado, pessoas com doenças crónicas ou mobilidade reduzida foram retiradas e estão já em infraestruturas de retaguarda. Algumas optaram por permanecer para proteger os seus bens.”
O autarca explicou que a dimensão do incêndio é difícil de medir, mas que a frente de fogo estende-se por vários quilómetros em terreno de elevada altitude, entre 1.200 e 1.400 metros, dificultando o combate terrestre: “A orografia é muito complicada. Não é possível fazer acessos diretos, exceto por estradões e linhas de rede primária, que constituem barreiras significativas, mas não foram suficientes para impedir a projeção do fogo.”
Quanto aos meios disponíveis, reconheceu que, embora desejasse mais apoio, os esforços têm sido intensos: “Temos mais de 600 operacionais, meios aéreos que conseguimos mobilizar – chegámos a ter 10, agora estamos com 4”.
O fogo já avançou para Oliveira do Hospital e ameaça, no limite, entrar novamente no concelho da Covilhã, atingindo áreas que já arderam nos últimos dias: “Se entrar no espaço ardido, pode até ser uma oportunidade para apagar, mas ainda há muitos hectares a arder entre estas zonas”, explicou.
O Presidente da Câmara alertou para a imprevisibilidade do vento nesta região de serra: “Estas cordilheiras têm uma interferência brutal nas correntes de ar. É impossível prever totalmente a orientação do vento.”
As autoridades continuam a acompanhar de perto a situação e apelam à população para manter os acessos livres e seguir todas as indicações de proteção civil.
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