Especialistas alertam para a possibilidade real de tempestades solares extremas causarem um apagão mundial com impactos que podem durar meses, ainda durante o ano de 2025.
O aumento da atividade solar prevista para este período poderá desencadear tempestades geomagnéticas severas, capazes de afetar redes elétricas, satélites, sistemas de comunicação e, principalmente, a internet.
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Desde 2024, cientistas têm monitorizado com preocupação a crescente atividade solar, especialmente a ocorrência de erupções que libertam grandes quantidades de massa coronal (EMC) em direção à Terra. Estas nuvens de plasma altamente energéticas, ao interagirem com o campo magnético terrestre, podem causar sobrecargas elétricas significativas, resultando em falhas graves nas infraestruturas críticas.
As EMCs originam-se na coroa solar, onde ocorrem explosões de gás ionizado a temperaturas elevadas. A interação dessas partículas com a magnetosfera terrestre dá origem às tempestades geomagnéticas, que podem comprometer comunicações por rádio, sistemas GPS, redes elétricas e outros equipamentos sensíveis. Apesar dos avanços na previsão destes fenómenos, os cientistas dispõem apenas de dois a quatro dias para alertar e preparar respostas, pode ler-se na Men’s Health.
O ciclo solar, que dura em média 11 anos, apresenta três fases: mínimo solar (baixa atividade), máximo solar (atividade intensa) e declínio. Atualmente, o Sol está na fase de aumento de atividade, elevando o risco de eventos extremos.
Segundo o professor Peter Becker, da Universidade George Mason (EUA), o atual crescimento da atividade solar coloca em risco sistemas tecnológicos modernos, como a internet, que se desenvolveram num período de relativa calma solar. Becker lidera um projeto com o Naval Research Laboratory que visa criar um sistema de alerta precoce para tempestades solares, permitindo ações preventivas dentro do curto prazo disponível.
O especialista alerta que uma supertempestade semelhante ao Evento de Carrington de 1859 poderia causar danos inéditos na era digital. “Hoje, a nossa dependência da tecnologia e da conectividade é enorme. Equipamentos eletrónicos sensíveis, como servidores e sistemas de gestão de energia, podem ser destruídos por sobrecargas induzidas”, explica. Sistemas de aterramento, embora essenciais, podem não ser suficientes para conter os efeitos mais intensos.
Becker estima que existe cerca de 10% de probabilidade de um evento solar extremo com impacto global ocorrer na próxima década. Uma falha desta magnitude poderia deixar vastas regiões sem acesso à internet, comunicações e energia durante semanas ou meses, com uma recuperação lenta e dispendiosa.
Diante deste cenário, especialistas apelam a uma maior preparação por parte dos governos, empresas e instituições críticas. A adoção de sistemas de alerta eficazes, protocolos de contingência e o reforço da resiliência das infraestruturas são essenciais para minimizar os impactos de uma eventual tempestade solar extrema.
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