Política
António Seguro insiste que é preciso “gastar melhor” em Defesa e deixa ‘farpa’ a Gouveia e Melo

Imagem: Lusa
O candidato à Presidência da República António José Seguro insistiu hoje na ideia de que Portugal precisa de “gastar melhor” em Defesa, antes de gastar mais, e deixou uma ‘farpa’ ao adversário na corrida eleitoral Henrique Gouveia e Melo.
Em declarações aos jornalistas, na 95.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, António José Seguro foi questionado sobre se considerava possível Portugal atingir a meta de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares, que deverá ser proposto aos aliados na cimeira da NATO na próxima semana, nos Países Baixos.
“O meu ponto é muito simples, já tive a oportunidade de o dizer. Primeiro é preciso gastar melhor o dinheiro que já está a ser investido em Defesa. Recordo que em 2023 o conjunto dos países da União Europeia mais o Reino Unido gastaram em Defesa quase três vezes mais do que a Rússia”, respondeu.
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O candidato a Belém realçou a necessidade de o país ter “economia de escala” e aumentar a sua “capacidade estratégica”, rejeitando que a solução passe por apenas “comprar equipamento lá fora”.
“É também promover a investigação e o desenvolvimento, ou seja, ter tecnologia europeia. Porque essa tecnologia vai alimentar um sistema científico europeu e um sistema científico nacional que tenha uma perspetiva dual, isto é, tanto serve para a área da Defesa e da Segurança, que é importante, mas também para áreas importantes da nossa economia”, argumentou.
O almirante Henrique Gouveia e Melo, também candidato presidencial e antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, já classificou a meta dos 5% do PIB em Defesa como “um exagero”.
Na quarta-feira à noite, em entrevista à RTP, o ex-militar perguntou aos seus adversários onde é a “escola para a Presidência”, em resposta às críticas de quem aponta que não tem experiência política.
Interrogado sobre esta afirmação, Seguro respondeu com outra pergunta: “E sobre o país, ele disse alguma coisa? Não disse, então não comento”.
António José Seguro chegou à Feira do Livro acompanhado pelo jornalista e escritor Luís Osório, e confessou ser um amante de livros, que “nunca empresta” devido às anotações que faz a lápis.
“Os livros unem-nos, os livros fazem com que nós compreendamos melhor os outros, afirmam diversidade, promovem espírito crítico e por isso eu gostava muito que os livros nunca acabassem, muito menos fossem queimados ou cancelados, porque nós precisamos de liberdade e precisamos de afirmar cada vez mais”, defendeu.
Seguro foi reconhecido por alguns dos transeuntes que se encontravam na Feira do Livro, tirou várias fotografias, e chegou a comprar dois livros – um sobre o Benfica, outro sobre História – a um rapaz de 10 anos que o abordou.
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