A Feira das Cebolas voltou a reunir produtores e visitantes para celebrar uma tradição que resiste ao tempo. Entre os vendedores, destaca-se António Matias que mantém viva uma prática ancestral, mostrando que dedicação, paciência e cuidado ainda fazem a diferença na produção artesanal.
“Comecei porque a minha sogra fazia isto antigamente, mas depois aperfeiçoei a técnica e comecei a participar também”, explica o produtor, que já participa nesta feira há aproximadamente seis anos.
O destaque da feira é, claro, a arte de entrançar cebolas, um processo que requer paciência e cuidado. António detalha que os canteiros são preparados em novembro e dezembro, o plantio ocorre em abril e a colheita em julho. Após a recolha, as cebolas são cuidadosamente secas com a rama, antes de serem entrançadas.
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A técnica pode ser feita com espadana ou bunho, mas a espadana é preferida por proporcionar maior maleabilidade e melhor acabamento. Cada cabo de cebolas pode conter entre 12 e 25 unidades, dependendo das tradições locais e da preferência do produtor.
A qualidade das cebolas é um ponto de orgulho para os produtores tradicionais. “Tentamos usar o mínimo possível de pesticidas, porque estas cebolas também são para consumo próprio. É tudo feito à mão, com cuidado, desde o plantio até ao entrançado”, comenta o Sr. António. Este ano, no entanto, a produção não foi tão boa, devido ao clima adverso que dificultou o crescimento uniforme das cebolas.
Além da tradição agrícola, a feira enfrenta desafios na atração de público. Este ano, a mudança de local para o Terreiro da Erva e a divulgação limitada resultaram em menor afluência de visitantes, principalmente nos primeiros dias.
“As pessoas estão a notar a diferença. Aqui, há menos movimento até mesmo nas barracas de comida e artesanato”, explica o produtor.
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