António José Seguro promete ser “a voz de um país inteiro” se for eleito Presidente da República porque o interior de Portugal precisa “de muita voz”, pois tem sido “desprezado”.
Na Guarda, onde vai passar o dia, o candidato presidencial lembrou que é “o único com possibilidade de ganhar estas eleições que nasceu no interior de Portugal, que conhece bem o interior, que investiu e tem as suas poupanças investidas no interior e, portanto, eu serei a voz de um país inteiro”.
António José Seguro começou o dia com uma visita ao mercado municipal da Guarda, onde foi abraçado e cumprimentado carinhosamente por dezenas de guardenses, que não esqueceram “o Tó Zé”.
Natural de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, o agora candidato presidencial foi líder da Federação do PS da Guarda no final da década de 1990 e eleito deputado nas legislativas de 1999.
Retirado da política ativa há mais de dez anos, continua a ser militante da secção socialista local com o número 8.546.
“Hoje, estou de coração cheio por reencontrar velhos amigos e ver que as pessoas na Guarda me continuam a receber como há tempos, quando fui deputado. É um dia de muitas emoções”, afirmou aos jornalistas, no final da visita ao mercado municipal da Guarda, onde desejou boas festas e falou com vendedores e clientes.
Segundo António José Seguro, o interior precisa “de muita voz porque tem sido desprezado, tem havido atrasos em muitos investimentos e, mesmo quando se promete, depois não se concretiza”.
Um exemplo de promessas por cumprir foi o que se passou no pós-incêndios de 2022, na Serra da Estrela.
“Prometeram 155 milhões de euros para esta zona e quanto chegou? Pouquíssimo. Portanto, chega de promessas, é preciso olhar para o interior. Eu sei que no interior há poucos votos, mas há muitos portugueses que continuam a trabalhar, a resistir, a criar riqueza e aqui há oportunidades, há inteligência, há competência”, realçou.
António José Seguro disse que é preciso “romper o centralismo que desconfia destas regiões” e que, se for Presidente da República, vai “dar voz a quem não a tem” no interior, onde há gente “que tem preocupações e quer ser ouvida”.
“Hoje, encontrei muita gente que me disse que a esperança voltou a renascer quando me apresentei como candidato a Presidente da República. Eu quero traduzir essa esperança em coisas concretas para que os portugueses vivam melhor também no interior do nosso país”, acrescentou.
O candidato lembrou que pretende promover Presidências de proximidade, “Presidências Abertas”, para ouvir “os portugueses e, sobretudo, as reivindicações que são necessárias para o interior”.
“Há tanto para fazer aqui e as soluções estão à vista. Portanto, só é preciso coragem, liderança e quem defenda os interesses do interior”, sustentou.
António José Seguro acrescentou que, se for eleito, vai reunir-se todas as quintas-feiras com o primeiro-ministro e defender junto do Governo a existência de planos de desenvolvimento para o interior “ligados a objetivos que ajudem a fixar jovens, a investir e a criar aqui riquezas com mais valor para que também se possam pagar melhores salários”.
“Eu sou esse Presidente que quer ser um Presidente também do interior, um Presidente do país inteiro”, sintetizou.
Lembrando que o seu pai era dono de uma papelaria em Penamacor, o candidato presidencial voltou a lamentar a possibilidade de a distribuição de jornais ser suspensa em oito distritos do interior.
“Sei a importância do que é ler, estar informado, ter notícias e dar voz aos problemas do interior. Quando não se conhecem os problemas, o poder adormece, e nós temos um poder muito centralista”, lamentou.
Para António José Seguro, “um jornal é uma forma de coesão e de ligação entre pessoas, que leem as notícias, conversam, discutem”, por isso, acabar com a sua distribuição será “retirar toda uma dinâmica e uma coesão social que existe no interior”.
“Não acredito que isso venha a acontecer e lutarei para que isso não venha a acontecer”, comprometeu-se.
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