O candidato presidencial António José Seguro comprometeu-se a combater com firmeza “os extremismos”, que classificou como “venenos que precisam de ser combatidos”, e vai promover no próximo dia 15 uma convenção para afirmar a democracia.
Em entrevista à agência Lusa, Seguro mostrou-se indignado com os cartazes divulgados esta semana pelo líder do Chega, André Ventura, um dos seus opositores na corrida a Belém, considerando que “numa campanha eleitoral não vale tudo para arranjar votos”.
Contudo, o candidato não pede a intervenção do Ministério Público nesta matéria, por considerar que seria uma forma de pressão.
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“Os extremismos não são soluções, são parte do problema, são venenos da nossa democracia, que precisam de ser combatidos, e como Presidente da República tudo farei, com firmeza, para combater esses extremismos, quer pela palavra, quer pela ação”, assegurou.
Nesse sentido, e ainda na pré-campanha eleitoral para as presidenciais de 18 de janeiro, Seguro disse que vai promover “uma convenção pela democracia”, no dia 15 do presente mês.
“Por uma democracia de confiança, de oportunidade, onde tenhamos oportunidade de valorizar aquilo que nos une como povo nas nossas diferenças, mas também a oportunidade de discutir não a democracia só nos seus aspetos formais, mas substantiva, para que os problemas das pessoas possam ser resolvidos”, adiantou.
Questionado sobre se é a falta de respostas aos problemas das pessoas que promove o crescimento da extrema-direita, Seguro considera que “todos têm responsabilidades”, apesar de “uns mais do que outros”.
“O Estado, ao não dar resposta a muitos dos problemas sociais fez com que algumas das pessoas ficassem desiludidas, primeiro com os partidos e depois com a democracia. Não há alternativa à democracia. A alternativa à democracia são as ditaduras e nós não queremos mais ditaduras”, aponta, considerando ser “preciso afirmar a democracia”.
O antigo secretário-geral do PS afirmou não dar a “democracia por definitiva” nem “como qualquer coisa que já está adquirida” e por isso é, considerou, é necessário defendê-la.
“E muitas vezes, do lado do Estado e do lado dos atores políticos, houve muitos ataques à democracia, com casos designadamente na área da corrupção ou com casos de menor transparência. Quem quer servir o país e o serve através da democracia tem de ser exemplar no exercício dos cargos públicos”, enfatiza.
Concretamente sobre os cartazes de André Ventura – com mensagens sobre as pessoas do Bangladesh e os ciganos – Seguro considerou que “são inaceitáveis e merecem o repúdio”.
“Tenho uma opinião pessoal sobre o assunto, mas como candidato a Presidente da República não quero fazer pressão sobre os órgãos e as instituições que têm competências nessa matéria. Respeito essas competências e espero que cada um faça o seu trabalho”, respondeu, quando questionado se o Ministério Público deveria atuar, tal como pediu, por exemplo, o líder do partido que o apoia, José Luís Carneiro.
Outro tema de atualidade que marcou esta semana foi a aprovação da lei da nacionalidade e, sobre esta, o candidato às eleições presidenciais disse querer esperar para analisar o diploma para responder sobre o que faria se lhe chegasse às mãos para promulgação.
“Há uma coisa que me deixa preocupado. É que um diploma como a lei da nacionalidade, que deve perdurar no tempo, e deve ser o mais consensual possível entre os atores políticos, não recolheu os contributos que o Partido Socialista deu e quis dar para essa lei”, reitera.
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