Política

António Filipe diz que candidatura às presidenciais de Catarina Martins não o prejudicaria 

Notícias de Coimbra | 19 minutos atrás em 01-09-2025

O dirigente comunista António Filipe considerou hoje que a sua candidatura presidencial “tem o seu espaço próprio” e não fica prejudicada “de forma nenhuma” com a possível entrada na corrida a Belém da ex-coordenadora do BE Catarina Martins.

Em declarações aos jornalistas antes de uma reunião com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em Lisboa, António Filipe disse ver “com toda a naturalidade” a disponibilidade manifestada por Catarina Martins para se candidatar às eleições presidenciais, frisando que qualquer cidadão que tenha mais de 35 anos e seja português de origem o pode fazer.

A candidatura de Catarina Martins “não prejudica a minha candidatura de forma nenhuma. Tem o seu espaço próprio, o seu espaço de afirmação, da defesa da democracia, dos trabalhadores, de um país mais justo e solidário”, referiu.

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António Filipe frisou que a sua candidatura “é afirmativa”, “não é contra ninguém”, mas é “contra o Estado deplorável a que o país chegou em vários domínios” e pretende lutar “pelo cumprimento e defesa da Constituição, independentemente de quaisquer outras candidaturas que possam surgir”.

Questionado se não teme que uma possível candidatura de Catarina Martins possa fragmentar os votos à esquerda, António Filipe, apoiado pelo PCP, disse não temer nada e dirigir-se a todos os cidadãos.

“Creio que cada cidadão é dono exclusivo do seu voto e, portanto, eu creio que não estamos numa eleição em que as pessoas possam contar à partida com os votos de um espaço político segmentado, se quiserem partidariamente. Esta candidatura não é isso”, disse.

António Filipe frisou que a sua candidatura “tem a ver com a leitura que cada candidato faz da forma como acha que o Presidente da República deve exercer os seus poderes no quadro da Constituição” da República.

“Eu creio que é isso, sobretudo, que está em causa. E cada cidadão, independentemente daquela que tenha sido a sua opção anterior, quer em eleições presidenciais, legislativas, autárquicas, seja onde for… Esta é uma eleição diferente e cada cidadão deve ponderar o seu voto por critérios que são diferentes dos anteriores”, defendeu.

Nestas declarações aos jornalistas, António Filipe foi ainda questionado sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa na semana passada, na Universidade de Verão do PSD, em que considerou que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem funcionado como um “ativo soviético”.

O candidato apoiado pelo PCP considerou que, por um lado, houve um “lapsus linguae” na declaração de Marcelo Rebelo de Sousa que, admitiu, causou “alguma perplexidade”, apesar de não lhe dar “grande relevância”.

António Filipe reconheceu que estranhou as declarações, “sobretudo quando se fala de um país que já não existe há mais de 30 anos”, referindo-se à União Soviética, mas relativizou o potencial impacto diplomático que possam vir a ter.

“Ele referiu-se a um Presidente de um país que não é uma pessoa muito coerente nas suas afirmações. E, portanto, se ele não é coerente nas suas afirmações, também não pode exigir muita coerência aos outros”, considerou.

Este sábado, a ex-coordenadora do BE e eurodeputada Catarina Martins admitiu estar a ponderar uma candidatura às próximas eleições presidenciais, assumindo-se como alternativa para aqueles que não têm em quem votar.

“Tenho falado com muita gente que me diz que não tem em quem votar. E que sente que não pode ficar de fora das [eleições] presidenciais. A capacidade de haver novos diálogos, novas respostas, novas formas de colocar os problemas. E eu estou disposta a fazer esse caminho”, disse aos jornalistas Catarina Martins à margem da ‘rentrée’ do BE, em Coimbra.

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