António de Oliveira Salazar morreu com 81 anos, e deixou uma marca profunda na história de Portugal.
Nascido em 1889, em Santa Comba Dão, Salazar formou-se em Direito e destacou-se como professor de Economia na Universidade de Coimbra. A sua competência e disciplina chamaram a atenção do governo, e em 1928 tornou-se Ministro das Finanças, enfrentando uma grave crise económica com rigor e austeridade.
Em 1932, foi nomeado primeiro-ministro, cargo que ocupou por várias décadas, liderando o país sob o regime do Estado Novo. Durante o seu governo, procurou estabilidade económica e política, mantendo Portugal neutro durante a Segunda Guerra Mundial e implementando reformas estruturais que marcaram profundamente a administração do país.
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Nos últimos anos, a saúde de Salazar debilitou-se. Conta-se que ele caiu da cadeira enquanto se preparava para deitar-se, e bateu com a cabeça. Inicialmente, ninguém percebeu a gravidade da situação. Depois da queda, começou a mostrar sinais de declínio cognitivo e perda de capacidade de decisão, mas, devido à sua personalidade reservada e ao secretismo do regime, os portugueses só ficaram sabendo de forma limitada sobre o que realmente se passava.
O acidente levou o então presidente da República, Américo Tomás, a declarar que Salazar não podia continuar a governar, e assim foi nomeado Marcello Caetano como seu sucessor. Curiosamente, Salazar sobreviveu mais dois anos após a queda, mas nunca recuperou a lucidez suficiente para reassumir o poder, vindo a falecer em 1970.
Portugal recorda não apenas o político, mas o homem cuja vida e percurso continuam a suscitar memória, debate e reflexão sobre o país que ajudou a moldar.
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