Política

António Costa afirma que otimismo se transmite de geração em geração no PS  

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 20-04-2022

O secretário-geral do PS manifestou hoje confiança nas novas gerações de socialistas, afirmou que assume o compromisso de preservar o seu partido e disse acreditar que o otimismo se transmite de geração em geração no seu partido.

PUBLICIDADE

António Costa deixou este recado na parte final da sua intervenção que encerrou o comício do 49.º aniversário do PS, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa. Um comício que abriu com uma mensagem de vídeo do presidente deste partido, Carlos César, e no qual estiveram presentes o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o seu antecessor neste cargo, Ferro Rodrigues.

As primeiras palavras de António Costa foram destinadas as saudar os fundadores do PS presentes na sessão, seguindo-se uma prolongada salva de palmas, e depois falou sobre “a natureza e identidade” do seu partido.

PUBLICIDADE

Já na parte final da sua intervenção, António Costa, que é líder deste partido desde novembro de 2014 e que tem mandato como primeiro-ministro até 2026, deixou a mensagem: “A celebração dos 50 anos do PS [em 2023] tem de ser um grande momento de reencontro do partido com a sua História, que nos ensina no presente e que nos inspirará no futuro. Hoje somos um novo elo nesta cadeia que vem tão detrás [com 49 anos]. Temos de continuar a construir este elo para ter continuidade no futuro”.

O líder socialista disse ter “a certeza e a confiança que as novas gerações do PS serão ainda mais capazes do que as anteriores e as presentes para darem continuidade ao partido” e, neste contexto, citou o fundador e primeiro líder da sua força política, Mário Soares, que comparou o PS a um “Stradivarius”.

PUBLICIDADE

publicidade

“O meu compromisso é nem sequer pegar no arco para não correr o risco de estragar o stradivarius. O meu compromisso é preservar para que no futuro alguém o tome em mão e possa continuar a fazer aquilo que este partido deve fazer”, completou.

Na parte inicial da sua intervenção, o secretário-geral socialista referiu que o PS foi fundado na Alemanha em 1973, mas citou Manuel Alegre para destacar o que aconteceu após o 25 de Abril de 1974.

“O PS foi fundado no exílio, mas o PS verdadeiramente, como grande partido nacional e popular, foi refundado nas ruas, na luta do povo português para firmar a liberdade e a democracia a seguir ao 25 de Abril”, salientou.

António Costa advertiu que os partidos não são eternos e apontou que não faltam forças políticas “irmãs” dos socialistas portugueses que provaram essa mesma tese.

“Também tivemos momentos de grandes derrotas, momentos em que no nosso espaço político emergiu uma outra força [PRD] que parecia que nos ia dividir ao meio. Houve momentos em que saímos do Governo com pesadas derrotas, em que Mário Soares teve sondagens a darem-lhe 8%. A verdade é que o otimismo é algo que se transmite de geração em geração neste partido”, observou, numa alusão à posterior vitória de Soares nas presidenciais de 1986.

Na primeira intervenção da noite, o dirigente José Manuel dos Santos, presidente das comemorações dos 50 anos do aniversário do PS, que se assinalam para o ano, lembrou o primeiro líder, Mário Soares, e as circunstâncias da fundação deste partido em Bad Münstereifel, na Alemanha.

“Maria de Jesus Barroso não esteve ao lado de Mário Soares na decisão da fundação, assinalando a independência do seu voto”, referiu.

Segundo José Manuel dos Santos, a fundação de uma alternativa de socialismo democrático quebrou a tese da ditadura de acordo com a qual entre esse regime e o comunismo não havia nada, ou a tese do PCP de que entre eles o fascismo também nada existia.

No seu discurso, o membro da Comissão Política do PS apontou também que a publicação do livro Portugal Amordaçado, de Mário Soares, fez hoje exatamente 50 anos.

José Manuel dos Santos defendeu depois que as comemorações dos 50 anos do PS, “embora próprias e autónomas, não podem no seu significado e alcance perder de vista os 50 anos do 25 de Abril de 1974, nem os cem anos do nascimento de Mário Soares, que ocorrem ambas em 2024”.

“Estes são os três vértices de um triângulo, sem o qual o sentido do que se vai fazer se perderia. As comemorações dos 50 anos do PS podem e devem representar uma oportunidade de reafirmação da nossa identidade de comunicação com os portugueses. Devem ter memória, mensagem, marca e mobilização”, acrescentou.

 A seguir, a historiadora Fernanda Rollo, membro do Conselho de Administração da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, recordou o percurso da Ação Socialista Portuguesa (ASP) até se transformar em PS em 1973.

“Uma marca feita de experiências e resistências diversas, com uma inscrição liberal que recua até ao século XIX. No período democrático, o PS esteve presente em todos os momentos da História contemporânea de Portugal”, sustentou a antiga secretária de Estado.

 

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE