Política

André Ventura vê “conflito” entre PM e PR e quer autárquicas sem estado de emergência

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 12-02-2021

O presidente do Chega assinalou hoje um “confronto insanável” ou “conflito” entre o primeiro-ministro, o socialista António Costa, e o presidente da República, o ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as medidas de combate à covid-19.

PUBLICIDADE

André Ventura admitiu também uma possível alteração na data prevista para as próximas eleições autárquicas (entre 22 de setembro e 14 de outubro), mas nunca com a votação em dois dias como propôs o PAN, e questionou ainda o porquê de o PSD ter avançado para uma previsível data em dezembro, “dos piores meses de infeções respiratórias em geral”.

PUBLICIDADE

publicidade

“Parece haver um confronto insanável entre o primeiro-ministro e o presidente da República, visto que no decreto presidencial fica claro que o Governo deveria apresentar já um plano para a reabertura das escolas e ontem [quinta-feira] ouvimos António Costa dizer que é prematura e nem sequer se coloca a questão da reabertura das escolas”, afirmou, nos passos perdidos do parlamento.

O deputado único do partido da extrema-direita parlamentar descreveu o executivo minoritário do PS como estando em “total desnorte e confusão”, num “fracasso generalizado”, e exigiu o reforço dos programas de auxílio financeiro “Apoiar.pt” e “Apoiar Restauração” ou a criação de outros mais eficazes.

PUBLICIDADE

“Quem propõe o estado de emergência à Assembleia da República é Presidente da República, não o Governo. O Presidente estabelece a necessidade de um plano de reabertura das escolas, após contacto com os partidos – o Chega foi um desses partidos. E o primeiro-ministro, simplesmente, passa por cima e diz que não ter nada disso em conta e que esse debate é prematuro, tal como reabrir as escolas”, insistiu.

Sobre as eleições autárquicas de 2021, Ventura disse que o Chega não se opõe ao seu adiamento, mas questionou: “Porquê em dezembro? Qual é o estudo que mostra que em dezembro estaremos numa situação pandémica melhor do que em setembro ou outubro? É absurdo”.

“Vamos ouvir os especialistas, olhar para os níveis de infeção e criar um mecanismo legal que permita adiar as eleições, caso os níveis estejam muito elevados (números de pessoas em cuidados intensivos, de mortes, infeções por milhar de habitantes). Por que não março ou maio? Quando não haja pandemia”, defendeu.

O líder desta força política populista declarou gostar de “fazer comícios” e “estar junto das pessoas”.

“Os meus candidatos, pelo país todo, vão querer estar junto das pessoas. Não sabemos como isto vai estar, se as vacinas vão chegar a tempo. Como vimos este ano, dezembro, janeiro e fevereiro, habitualmente, são os piores meses para infeções respiratórias em geral, portanto, para quê fazer eleições em dezembro?”, voltou a perguntar.

O presidente do Chega lamentou ainda a constante “diabolização” do seu partido, nomeadamente por parte dos sociais-democratas, além da falta de presença no espaço público do líder do maior partido da oposição, Rui Rio, presidente do PSD.

“O PSD continua a afundar-se porque não consegue ser oposição. Rui Rio ouve o PS dizer uma coisa e vai para trás do PS e diz que é um dever patriótico. Alguém explique a Rui Rio que fazer oposição também é um dever patriótico, pela democracia e pelos cidadãos”, criticou.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE